sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Homenagem a um professor.


Essa história começou em 1995 quando eu tinha somente 8 anos. Sempre fui uma criança hiperativa, não muito chegada nos estudos, mas viciada em brincadeiras. Desde cedo admirava a jogadora Hortência e sonhava um dia em ser como ela. Levando em consideração esses fatores e o fato de ser alta para minha idade, entrei na escolinha de basquete, e foi lá que conheci o professor que me motivou a escrever tal texto.
Seu nome era Marcelo e não sei, mas imagino que deveria ter por volta dos seus 20 anos. Alto, magro e com cabelos cacheados, o que me chamava à atenção, era o fato de conseguir ter controle sobre uma turma enorme de crianças. Sua paciência e disciplina despertou na galerinha uma paixão sem limites por garrafões, coletivos e vinte e um (não sei como ainda me lembro desses nomes).
Não sei ao certo por quanto tempo dei meus arremessos, porem, de uma hora pra outra, larguei as quadras para aprender a nadar, deixando de lado meu desejo em ser famosa (ok, hoje não daria mesmo) e claro, meu querido e fofo professor.
Dei minhas braçadas, joguei futebol um tempo, entrei varias vezes na academia até descobrir que detestava esportes, e, nesse longo tempo, sempre me perguntava por onde andaria aquele professor, até que num belo dia, sentada em um bar com umas amigas, vi o dono da escolinha de basquete e perguntei para ele sobre o Marcelo. Ele disse-me que o mesmo tinha largado o esporte e partido para a musica. Fiquei contente, foi bom ter informações dele.
Carnaval desse ano. Resolvo ir até o Café da Rua 8 curtir um sambinha. Em meio à alegria, cerveja e muita batucada, vejo de longe alguém que tinha certeza que conhecia. Na mesma hora pensei- putz é ele, mas do nada veio a duvida e me perguntei: e se não for ele ou pior e se for e o mesmo não me reconhecer? Como sou muito cara de pau, cheguei junto e perguntei se chamava Marcelo. Ele disse que sim, e aí falei que tinha sido sua aluna há muitos anos, mas acho que não se lembrava de mim. Ele me olhou e falou meu nome (uia fiquei com medo, afinal santa eu não era). Conversamos amenidades e me deu seu e-mail. Prometi que escreveria, mas deixei pra lá.
Meses depois, numa noite regada a Coca-cola, quem encontro? Resposta retórica né? Levantei e fui cumprimentá-lo. Estava com um amigo e me apresentou como sua ex aluninha (a aluninha cresceu e virou mulher ok?). Não sei se por sorte ou azar, sentou-se numa mesa atrás da minha e bem frente pra mim. Nossa não resisti e fiquei encarando-o a noite toda. Percebi até que ele ficou sem graça com minhas olhadas, mas e eu lá tenho culpa se ele está um gato?
O legal então foi poder te tido a chance de rever um dos grandes professores que tive na infância. Um cara bacana e legal, que sempre se preocupou com a nossa formação. Um dos muitos professores que passaram pela minha vida e deixaram saudades e que certamente ficaram guardados eternamente num lugarzinho muito especial.
Feliz Dia do Professor, Marcelo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um Ano Depois...



Olho no espelho
Estou diferente
Quem era eu naquele avião
E quem sou eu nessa confusão?
Será que chorei?
Será que errei?
Será que amei?
Concurso eu passei
Passei a virada
Com amigos bebendo
E dentro de mim
O mal ia morrendo
Voltei a me cuidar
O espelho reflete
Uma linda mulher
Que hoje ainda ERRA
Mas sabe o que quer.

Perdi uma amiga
Reencontrei uma irmã
Mantive os pés no chão
Foi necessário ser sã
Conheci outros traços
Recebi vários abraços
Rapidamente me apaixonei
Amores não tive
Mas um reencontrei
Continuo estudando
Agora faço inglês
Voltei a comer como louca
Mais uma vez.

Mudei o cabelo
Afinei o caminhar
E quando me deito
Já consigo sonhar
Porem me arrepio
Ao lembrar do abandono
De ter procurado um dono
Do outro lado do mapa
A capa de boa moça voltei a vestir
E fiz uma promessa
De não mais me iludir.

Peguei outro vôo
Cheguei ao Rio
Fui tomar banho de mar
Pois não puder me banhar no rio
Participei de campanha
Tive alegria tamanhas
Estou voltando a dançar
Balada? Quem sabe estarei lá
Será que ainda choro?
Será que ainda grito?
O que tá engasgado agora eu vomito
Vomito a dor, que sinto em escrever
Que tenho que relembrar
Que há um ano fui jogada pro ar
Que por mais que eu tente
Não consigo ficar só
O trauma passou
A raiva passou
Passou a vergonha
E a desilusão
Só não passou o trauma que tenho
Da pior solidão.