sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O blog hoje assume sua voz de protesto.



Começo esse texto, contrariando todas as questões de concurso, com a seguinte pergunta: O Brasil que temos é o Brasil que queremos?
Não, não me responda agora, pode pensar com carinho, eu deixo ainda mais quem não mora em Brasília. Minha resposta é curta e certa, principalmente depois, baseada no caos político que o meu distrito vive as vésperas da maior festa da democracia.
Quem acompanha o noticiário ou as rodas de boteco, deve saber da controvérsia em cima da Lei da Ficha Limpa, principalmente no que deve ou não ser feito e se a mesma deve ser ou não aplicada nesse pleito. Eu, como estudante de concurso e depois da leitura de alguns incisos da Constituição, dou a minha humilde opinião no que tange a construção dessa Lei. Pra mim, o erro não está ou não em aplicá-la, mas sim em não terem observado seu prazo de vigência e acabar nessa palhaçada que certamente beneficiara mais uma vez os políticos profissionais.
Se eu fosse deixar aflorar meu lado esquerdista, confesso que a situação estaria muito pior, afinal, a minha bandeira vai alem do que 11 Ministros podem ou não julgar. A minha bandeira é contra a sujeira sem fim no Bicameral ismo Federal e a favor daqueles que desejam mostrar serviço ético e probo pelo menos uma vez. Se 11 têm o poder de decidir por mim, eu, ao certo teria o poder de decidir por milhões, mas infelizmente, na atual conjuntura, desejo abandonar o barco. Triste para quem há cinco anos dedica parte da sua jornada na melhora de uma nação. Excelente para aqueles que transformam um palanque no jardim da sua casa e a urna eletrônica no seu vídeo game.
Pode parecer fraqueza, mas chega num ponto que não dá para remar só contra uma maré cheia. Antes eu me preocupava com o Brasil que iria deixar para os meus filhos, porem, nesse exato momento, minha preocupação é mostrar a eles que apesar de existir gente desonesta, um dia a honestidade reinará e o principal, incentivá-los a lutar pelo que acreditam incentivo esse que me faltou, mas que soube transpor e ir até o fim, ou quase.
Pra quem está desacreditado como eu, sugiro então que no dia 3 de outubro, saia, pegue um sol, bata um papo com os amigos, almoce com a família num bom restaurante e ser der tempo, dê uma chegada rápida até a sua sessão eleitoral e aperte confirma. Ou se não, arrume uma viagem e justifique seu voto. Eu recebi uma proposta maravilhosa de ir passar o fim de semana no interior. Talvez minha forma de protesto seja essa.
Hipocrisia da minha parte, uma jovem que vem das lutas de classe ter esse pensamento né? Pode até ser, mas enquanto a Lei da Ficha limpa não é aplicada, vou limpar a minha consciência de tomar uma decisão errada e aí, no próximo pleito, de acordo com o art. 16 da Constituição, eu volte a ter a mesma visão que tinha antes de adentrar obrigatoriamente na (in)justiça brasileira.