segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Aos meus amigos.

E é assim que desejo começar e terminar qualquer ano – repleta de amigos। Amigos que na hora da dor vão estar ao meu lado e na hora da alegria vão dividi-la comigo. Amigos que na guerra me apoiaram e na luta constante pela sobrevivência estarão ali. Amigos para quem mostrarei o meu diploma de formada e para quem os ofertarei. Amigos que abriram um espaço na sua rotina atribulada só para poder atender a um telefonema meu. Amigos que enxugaram as minhas lágrimas e porque não dizer, amigos que não as deixaram cair?

Amigos que me dariam conselhos quando eu pedir, que brigaram comigo quando eu necessitar, que irão levantar a minha estima quando ela estiver no chão.
Amigos que só com um olhar eu poderei me comunicar afinal, algumas palavras não precisam ser ditas, basta que as compreendam। Amigos que seguraram no meu braço sempre que eu sentir o desequilíbrio batendo. Amigos que ouviram o meu chamado ao longe, que respeitaram quando eu quiser sumir, mas que também estariam lá quando eu quiser ser tagarela.

Amigos para os quais eu não precisarei ter máscaras, pois os mesmos me aceitaram da forma que eu sou। Amigos que entenderam a minha ausência quando eu estiver amando, mas que também comemoraram quando me der a louca de cair na farra.

Amigos। Não os coloco na frente dos meus parentes, porém, eles são a minha família quando a mesma esta longe ou quando simplesmente eu não tiver a mínima paciência para entender os meus pais. Amigos que me ligaram de madrugada para contar sobre uma festa ou desabafar uma briga com o namorado e que saberam que eu os atenderei, afinal, fui lembrada por eles em um momento difícil.

Não quero amizades por interesse, pelo meu status, pela minha conta bancária। Não necessito de amigos que se grudam a mim porque sou bonita, porque tenho um bom ciclo social ou porque sou inteligente. Não estimo aqueles que se dizem meus amigos, mas que do nada me viram à cara porque pisei na bola feio. Todos nos erramos.

Necessito sim, de amigos que me aceitam caindo de bêbada numa festa e que me levem para casa em segurança। Amigos nos quais darei o primeiro abraço de ano novo, que me ligaram no meu aniversario, que me faram festa surpresa ou que transformaram a vida numa festa só porque eles têm a mim. Amigos que compreenderam a minha rotina agitada e que não julgaram que eu os amo menos só pelo fato de não poder estar presente 24 h por dia.

Preciso de amigos que queiram dá e receber afeto, que não transforme a amizade em um contrato। Amizade é um casamento que não envolve papeis certidões, padres ou cartórios. Amizade é uma união abençoada por Deus em todas as instancias e com um contrato que valerá para a vida toda: aquele que esta no coração e em duas mãos que se tocam.

Fato। Tenho amigos que moram longe e mesmo assim é bom tê-los, pois quando nos encontramos, esquecemos que um dia estivemos longe e saberemos recomeçar a nossa conversa de onde paramos. Eles também têm a minha consideração e o meu desejo de amizade eterna.

Não preciso de números. Não quero então, amigos para ter só no celular. Busco qualidade. Jamais quantidade. Quero sim, esses amigos,sentados no chão da minha sala, conversando, rindo, brincando, enfim. Quero sentir a presença deles e também quero que sintam a minha, que olhem nos meus olhos e ali sintam toda a segurança do mundo. Quero então tê-los e pra mim isso basta.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Então é Natal.

Chegou o Natal। Para muitos, dia de comemoração. Para outros, uma data comum. Param mim, seria qualquer outro dia da semana se não fosse por uma peculiaridade – o fato de hoje ou amanha, ninguém sabe ao certo o dia em que Ele nasceu e viveu nesse mundo louco simplesmente para nos salvar.

Não acredito nesse dia। Na verdade, ele já teve algum valor na época em que eu era pequena , quando a família toda se reunia ao longo de uma mesa farta rodeada por frutas, panetones e coisas natalinas. Era também a época em que eu acreditava na existência do bom velinho e que todos os pedidos feitos para ele eram prontamente atendidos.

Nunca vou me esquecer da primeira bicicleta। Uma monark rosa, com rodinhas e cestinha vinda juntamente com uma boneca careca e pelada que eu não largava por nada nesse mundo. Também teve outro natal que eu ganhei um Papai Noel que andava e tocava musiquinha. Essa era a época que a minha madrinha vinha a Brasília passar as férias conosco.

Contudo, como muitas coisas na vida, o Natal perdeu o sentido para mim। Eu cresci e passei a vê a data como uma época materialista. Na verdade, curto Natal só quando estou amando, pois aí posso fazer surpresas para a pessoa amada e como nesse exato momento o meu coração esta totalmente leviano e ainda por cima, estou de dieta. Aí já viu.

O que eu gosto de fazer no dia de hoje é agradecer a Deus por todas as bênçãos obtidas ao longo desse ano। Agradecer pelos amigos que estão sempre presentes, por eu ter saúde, pela minha família, pelo meu futuro profissional. Agradecer. Só agradecer afinal é graças a Ele que hoje eu existo e posso escrever os meus textos.

Feliz Natal.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Obrigada......de coração.

Num dia desses, enquanto esperava para ser atendida em um barzinho comecei a conversar com uma amiga sobre fatos que ocorreram nesse belo ano de 2008। Falamos sobre família, amigas, trabalho, perspectivas para 2009 e claro sobre amores vividos ao longo desses quase 365 dias, quando ela então se pôs a falar das mudanças sofridas por mim desde julho.

Eu nunca tinha parado para pensar no tanto que eu mudei e porque não dizer amadureci? Eu, que sonhava tanto em melhorar algumas coisas, sem querer havia melhorado muito mais do que eu esperava para um período tão curto। Começou com a minha maneira de vê a vida e de encará-la, passando para as relações familiares, indo para as profissionais, chegando triunfalmente nas questões amorosas.

Durante muito tempo, enxerguei os meus relacionamentos como a tabua de salvação para a minha vida। Via em qualquer braço, em qualquer sorriso a chance para enfim poder ser feliz e sair das trevas. Trevas essa criada por mim num ciclo vicioso. Não suportava ir para uma balada e sair no zero a zero ou encarar um cara a noite toda e ele simplesmente não tomar nenhuma atitude. Era motivo para eu me considerar um fracasso e a ultima dos moicanos.

Julho। Quem lê os meus textos sabe o que esse mês representou na minha vida. Vivi dois meses lindos, acreditando que enfim, depois de varias buscas tinha finalmente encontrado o meu grande amor ou porque não dizer, a minha tabua de salvação? Ledo engano. Encontrei sim, um amigo como poucos, uma pessoa disposta a tudo, tudo mesmo, menos a amar e foi esse tudo que me transformou.

Existem pessoas que passam pelas nossas vidas e deixam muito si e levam pouco de nós। Frase clichê eu sei bem, porém, frase verdadeira, sendo o contrario dela também verdadeira e necessária. Aprendi muito ou nem tanto. Na verdade, como disse Thaís: ´´tem pessoas que entram em nossas vidas e faz uma mudança muito positiva, te fazendo crescer em qualquer situação. ´´ É minha cara amiga. O crescimento esta visível. Fala a verdade: quando que eu iria trabalhar tanto só pra juntar dinheiro para poder vê essa pessoa? Ok, dinheiro gasto inutilmente, mas bem aproveitado se for tirada a grande lição por trás, que foi o meu desejo de batalhar para ter a minha grana e conquistar as minhas coisas. Nessa etapa, aprendi que nada cai do céu e que eu não nasci em berço de ouro.

Outro aprendizado foi no controle da minha ansiedade। Como a minha família não tem ações na companhia telefônica, esse aparelhinho ficava restrito a poucas ocasiões। Não era sempre que eu podia me dá ao luxo de ligar e perguntar o que estava fazendo. Tinha que me contentar com as conversas pelo computador, rezando para que ele estivesse on-line ou para que a minha conexão não caisse. Antes, quando eu conhecia um carinha bacana, ligava umas 10 vezes ao dia e hoje, se ele se interessar por mim, vai ligar no dia seguinte. As minhas rugas já começaram a aparecer por causa de terceiros e não estou nem um pouco a fim de acentuá-las.Dito isso, só digo obrigada a você Ramon. Você, mesmo sem saber e sem eu saber, me fez crescer, me fez maior e melhor do que eu já era me deu forças para continuar lutando. Você foi o responsável por longas noites em claro de solidão. Noites essas que viraram manhas de sol comemoradas por mim e por todos os que me cercam. Eu mudei e para melhor. Não temo mais receber um não como também não temo em não fazer algo que não me agrada. Jamais conseguiria enxergar essa nova Luciana se não fosse os amigos, como também não seria essa nova Luciana se não fosse você. Ainda continuo ramonizando (é assim que as minhas amigas dizem quando falo ou penso em ti), mas sem dores ou tristezas. Ramonizo de uma forma carinhosa, com um sorriso nos lábios, lembrando sempre com carinho e saudade de um ser que esta a 900 km de distancia, mas que se faz presente e perto só por estar no meu coração.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Retrospectiva २००८

O ano está acabando. Não vou negar que passei por muitos momentos complicados ao longo de 2008 porem também tenho que admitir que foi um ano glorioso, vitorioso onde pude me destacar na minha área e claro, publicar o meu tão sonhado livro.
Essa é uma fase então de fazer uma retrospectiva do ano, de me avaliar a fundo e claro, ter consciência daquilo que preciso melhorar e porque não dizer, mudar?
Aí vamos nós।

O que eu quero lembrar? As viagens inesquecíveis।

A maior dificuldade passada? Quando recebi o diagnóstico de lesão do meu joelho।

A maior felicidade conquistada? Os novos amigos e as paixões।

Um sonho que foi concretizado? Publicar o meu livro।

Um sonho que ficou pra trás? Passar o Natal com a minha família em São Luis।

O que eu faria de novo? Quase tudo।

O que eu não faria de maneira alguma? Deixar me enganar com algumas pessoas।

Me anulei quando: coloquei as pessoas em primeiro lugar।

Me senti forte quando: disse para o meu avô que não queria ser médica como ele sonhava que eu fosse।

A minha maior prova de fé: quando resolvi seguir o espiritismo depois de ter algumas crises vocacionais।

Momento mais alegre: batizado do João Pedro।

Momento mais triste: suicídio do amigo Cleiton।

Momento mais marcante: publicação do meu livro।

Paixões desse ano: Mayworm e Ramon।

Amei de verdade? Sim, os meus amigos।

Solidão: quando dei por mim que estava só mesmo estando acompanhada।

Viagem show de bola: com certeza pra MOC।

Lolli, Luciana, Lu ou Luciana Lopes? A Lolli é a amiga। A Lu é como a maioria me chama. A Luciana é a estudante de biomedicina e a Luciana Lopes a escritora.

Quem vai ser lembrado? Nossa muita gente।

Quem vai ser esquecido? Jorge।

Quem jamais será esquecido? Ramon, Aline e Jorginho।

Fato engraçado: quando meu professor de dança falou que eu e uma amiga éramos namoradas, só porque andamos sempre juntas।

Fato triste: diversos que prefiro não comentar।

Viver nesse ano foi: necessário।

Tive vontade de sumir quando: me vi com algumas dívidas, quando briguei com a Aline, quando me doei a uma relação e não fui correspondida।

Aprendi que: o mundo jamais vai parar pra eu me concertar। Eu tenho que acompanhar o ritmo dele.

Abraço mais perfeito: o do meu pai no lançamento do meu livro।

Sorte: está lançada para o próximo ano।

Hobby 10: a dança de salão।

O que sempre odiei fazer, mas fui obrigada a realizar: malhar। Sei que é para o meu bem.

Músicas de 2008: Os outros do Leoni foi a que mais marcou।

Uma balada massa: as festas do Cizoub। Quem não foi perdeu.

Uma lição aprendida: que nem todo mundo é do jeito que a gente quer e que se nem Jesus agradou a todos, quem sou eu pra tentar agradar?

Um beijo a ser recordado: o da minha mãe no lançamento do livro।

Profissionalmente foi: perfeito।

Promessas feitas que não foram cumpridas: o de melhorar o meu gênio e o de controlar mais a minha boca।

O que espero de 2009: que ele venha।

O que não espero de 2009: difícil responder।

Resumiria 2008 na seguinte palavra: proveitoso।

Uma frase para fechar: Algumas vezes é necessário ligar o botão do dane-se para podermos ser mais leves e mais felizes.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lições:

Dia triste cheio de lágrimas e dor। Olho para o meu joelho e o vejo inchado, feio, dolorido e sem solução. Três médicos. Três opiniões diferentes. Três visões errôneas sobre um mesmo caso. Parece que se esqueceram que eu sou feita de uma matéria chamada corpo humano. Parece que só me enxergaram como mais um numero dentro de uma estatística que nunca vai existir afinal as estatísticas só são feitas em grupos menos favorecido e eu, por obra do destino, acaso ou sei lá o que, cai no grupo considerado privilegiado, mas que também não esta imune a certos erros, a certos equívocos.

Tenho horror à malhação e entro em pânico só de ouvir a palavra academia, mas é a ela que terei que recorrer nesse processo todo। Reclamei horas, fiquei emburrada, porém, só tinha duas escolhas: ou eu vencia a dor ou me conformaria em tê-la sempre comigo e me conhecendo do jeito que me conheço, preferi a primeira alternativa. A palavra conformismo nunca fez parte do meu dicionário. Decidi lutar. Não tenho forças é fato, mas saberei adquiri-las. Contudo, em todo sofrimento sempre tem o lado bom. Não vou negar que apesar de abominar esse padrão de beleza imposto, eu sempre tive vontade de ficar com um corpo legal, daqueles que dá pra usar uma mini blusa mostrando a barriguinha. Quem sabe essa não seja a hora exata pra isso? A verdade, a maior de todas é que vou aproveitar esse meu SPA forçado para mudar certos hábitos de vida, a começar pela minha alimentação. O chocolate se fará presente, mas o resto das guloseimas engordativas........

O bom é que eu reaprendi a olhar as coisas de duas formas. Agradeço a Deus pela minha família ter condições de bancar o tratamento e por me dá apoio incondicional. Sem eles, tudo seria muito mais difícil. Já estou imaginando a Luciana versão 2009: alegre, cheia de vida, com um corpão e claro saudável. Se a moeda tem dois lados, a vida tem que ter né?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Gostinho de Infância.

Eu não me lembro o que a sigla significava। Na verdade, acho que nunca soube, mas também, no fundo, nunca me interessou saber. O que realmente importava era o fato de estar ali, naquele lugar, duas vezes por semana para aprender a nadar.

O ano era 1997 e como todo pai, o meu achava que era importante o filho aprender uma língua e claro, aprender a nadar। Não consigo me lembrar de como foi que entrei ou o dia exato em que a minha matricula foi feita só sei que fui praticamente empurrada e obrigada e como não tinha outro jeito, o jeito foi cumprir a minha missão.

PROMIN। Era assim que se chamava esse doce lugar. Ali, a infância era respeitada e valorizada por um belo grupo de profissionais e um deles, era o Tio André - meu primeiro professor de natação. As suas aulas eram bacanas, ele tinha uma paciência incrível e ao seu lado, comecei, vagarosamente a dar as minhas primeiras braçadas. É já podia entrar numa piscina sem medo de me afogar.

Logo depois dele, quem deu continuidade a essa dura missão foi o Tio Marcel। Estudava pra ser piloto e como adorava ensinar, também dava aulas. Ao contrario do Tio André, esse´novo´´ tio era um pouco mais rígido e cobrava um melhor desempenho dos alunos, mas nada que eu não desse um jeito pra dá uma escapada dos seus olhares.

O ultimo tio, foi o Ricardo। Nossa que doce e que fofo ele era. Além de ser um grande professor, era também uma pessoa como poucas e durante as aulas, conversávamos muito, o que acabou nos aproximando e no fim, nos tornamos amigos e não vou negar que no fundo senti sim um amor platônico por ele, o que anos mais tarde se tornou real.

Nessa enrrolação toda, acabei ficando três anos nas piscinas। O que me motivava a ir nadar não era nem um pouco a natação em si, mas os amigos que eu tinha lá. Toda aula era uma farra, uma diversão tremenda e quando dava por mim, o sacrifício tinha chegado ao fim.

Em 2003, precisei dessa vez por motivos de força maior, voltar a nadar। Como em 97, eu reclamei, relutei, mas acabei indo e só fui porque dessa vez tinha tempo certo para começar e terminar a labuta. Sacrifício bem recompensado quando soube que depois de muitos anos seria aluna novamente do tio Marcel. Até hoje não esqueço o sorriso que ele deu quando me viu voltando para as águas. O mundo da muitas voltas.

Ano de 2008 ou pra ser mais exata, esse ano। Depois da descoberta de um problema no joelho soube que teria que retornar as piscinas. Legal, pensei comigo mesma, vou voltar pro PROMIN afinal lá eu conheço o dono e ele me conhece, porém, depois de uma conversa com o meu pai, soube que a escolinha tinha fechado. Fiquei meio chateada e com isso fui obrigada a procurar um outro lugar para me tratar.

Estou firme e forte em busca da minha melhora. Se antes eu reclamava porque tinha que nadar, hoje, por mais que não ache nenhuma maravilha, encaro a natação como um remédio e agradeço a Deus por poder entrar novamente em uma piscina. O lugar que me encontro, não vou negar, é muito bom. Na verdade é uma das academias mais conhecidas da minha cidade, com uma excelente equipe, que só vai me ajudar a melhorar. O fato é que pra mim, entrar em uma piscina, se resume a minha infância, aos meus momentos de descontração, a um lugarzinho simples e pouco conhecido, porém, a um lugar que sempre será lembrado com a maior de todas as saudades.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tédio

Férias na casa dos avós. Pode parecer um programa perfeito, com sabor de infância, com os carinhos do vô, as comidas da vó, sem ter horário pra acordar e poder fazer tudo o que os pais não deixam.
É realmente um belo programa, ainda m ais se os avos morarem em qualquer cidade do interior, porém, no meu caso, essas, certamente, nem de longe são as férias que pedi a Deus. Primeiro porque eu moro na mesma cidade que eles. Segundo, porque eu fui criada por eles e terceiro, porque ficar na casa deles pelos próximos 60 dias se resume a um tratamento der saúde.
Amo os meus velhos, sou grata toda a vida por tudo o que fazem e o que fizeram por mim. Algumas vezes eu e a minha avó temos umas briguinhas, para não falar em discussões homéricas, porém no fim a gente sempre acaba se entendendo afinal tem que saber ceder e também a hora de parar uma discussão. Com o meu avô, tenho papos maravilhosos sobre livros, musicas e poesias. A gente viaja muito conversando e a cada papo percebo que a minha veia cultural é hereditária. A sabedoria deles é uma coisa de louco. Só conhecendo pra saber. Claro, ele também me dá umas broncas de vez em quando mais sei que é para o meu bem.
Bom, agora podem estar se perguntando: Então o porquê do tédio? Simples, pois sinto falta da minha casa, do meu espaço, da minha bagunça, da minha coleção de sapos, do meu quarto escuro. Enfim, sinto falta do meu canto. Por mais que Dona Maria do Carmo não se canse de repetir que a casa dela também é a minha casa e isso eu sei, eu realmente me acostumei com a rotina sem horários que levo na casa da minha mãe. Aqui é tudo muito certinho e certinha é algo que eu realmente não sou.
Pra piorar a situação, os velhos ainda vão pro Maranhão, minha segunda terra. Injustiça viu? Além de ter que ficar pastando em Brasília, ficarei também sem eles. Crueldade essa viu? Agora sei que essa é só mais uma fase e que ela passara logo. Quem sabe ao termino dessas férias, eu não esteja com um corpão, linda, bem disposta e apaixonada por esportes afinal ao invés de beber guaraná Jesus, eu terei como programas, muita fisioterapia, natação, dança e caminhada.
E seja o que Deus quiser.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Equilíbrio

Brasília, algum dia de novembro de 2008

Hoje eu me dei conta de que o semestre esta acabando। Na verdade não só o semestre letivo, mas o ano como um todo. Quando vi minha mãe montando a arvore de Natal caiu à ficha bonito e com essa queda, veio um tombo bem maior.


Posso falar que detesto final de ano, pois o meu lado sentimentalista que já é grande fica bem maior e mais aflorado। Choro por qualquer coisa tenho vontade de abraçar e beijar todo mundo, mas também tenho vontade de ficar na minha cama, tranqüila, até que o meu celular toque.


Em 2008 ganhei mais do que perdi, é fato। Ganhei meu livro, noites de paixão intensas, viagens inesquecíveis, amigos instantâneos, conhecimentos na minha área, um afilhado, muito beijo na boca, a dança de salão e amores que foram vividos em cima da famosa frase: ´´ Que seja infinito enquanto dure. ´´


As perdas também vieram। Perdi noites de sono chorando a perda de um amor, perdi amigos, mas que no fundo não eram meus amigos, pois se fossem, eu não teria perdido. Perdi meu tempo com coisas fúteis, com sonhos bobos. Perdi o calor de quem amava e fiz questão de perder pessoas da minha família. O Cleiton se foi e certamente essa foi à maior perda.


Se a minha vida, ou melhor, o meu ano fosse ser colocado numa balança, diria que houve equilíbrio। Paguei caro em algumas situações, mas o preço foi bem recompensado. Os sorrisos que recebi valerão qualquer esforço.


Refletir não é bom, pois quando refletimos descobrimos muitas coisas e geralmente são coisas tristes porem é justo vê o que tem que ser melhorado। Adoro falar que terminarei o ano tendo aprendido o significado da palavra tolerância. Se antes eu jurava que era o mundo que tinha que mudar por minha causa, hoje enxergo que o mundo pouco se importa comigo. Se estou bem ou mal, o problema é meu e a obrigação é minha de encontrar a cura para os meus males.


Exerci também a solidariedade quando tirei de mim para dá ao próximo। Na verdade para dá a uma pessoa. Não é fácil ficar batalhando por amor próprio e de uma hora para outra entregá-lo assim, de bandeja. Se oi recíproco? A resposta eu tenho e ela ficara guardada. O que revelo é que no momento mais lindo de todo o ano, tivemos a vontade de termos um filho. Um filho que não seria gerado no amor, mas sim no carinho, na confiança e na cumplicidade de duas pessoas que se conheceram, se curtiram, se gostaram se separam, mas que continuam unidas e amigas. Só não fizemos essa loucura porque ainda temos alguns princípios, mas sei que essa vontade permanece, ainda que escondida.


A palavra fim de ano deveria então ser substituída por pausa para um café seguida de recomeço। Odeio Natal, pois ele esta relacionado à hipocrisia. Gosto sim de ano novo, virada de ano, ouvir fogos, tomar champanhe, olhar para o céu, abraçar os queridos e agradecer a Deus por mais uma etapa vencida. O ano, não precisa necessariamente começar no dia 1 de janeiro. Pode sim, começar a qualquer hora, em qualquer mês, afinal cada um resolve como será o seu ciclo.


Se 2009 for tão bom quanto 2008, darei pulos de alegria. Se não for, problema. O que vale é o fato de estarmos vivos e termos a doce chance de errarmos, aprendermos, sorrirmos, chorarmos, mas principalmente, de sermos felizes.



Obs.: esse texto foi escrito em forma de carta num dia qualquer do mês passado, porém, a sua publicação coincidiu com a data de falecimento do Cleiton. Que você esteja bem meu amigo e o seu sorriso, ainda faz falta na vida daqueles que te amam.