segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Aos meus amigos.

E é assim que desejo começar e terminar qualquer ano – repleta de amigos। Amigos que na hora da dor vão estar ao meu lado e na hora da alegria vão dividi-la comigo. Amigos que na guerra me apoiaram e na luta constante pela sobrevivência estarão ali. Amigos para quem mostrarei o meu diploma de formada e para quem os ofertarei. Amigos que abriram um espaço na sua rotina atribulada só para poder atender a um telefonema meu. Amigos que enxugaram as minhas lágrimas e porque não dizer, amigos que não as deixaram cair?

Amigos que me dariam conselhos quando eu pedir, que brigaram comigo quando eu necessitar, que irão levantar a minha estima quando ela estiver no chão.
Amigos que só com um olhar eu poderei me comunicar afinal, algumas palavras não precisam ser ditas, basta que as compreendam। Amigos que seguraram no meu braço sempre que eu sentir o desequilíbrio batendo. Amigos que ouviram o meu chamado ao longe, que respeitaram quando eu quiser sumir, mas que também estariam lá quando eu quiser ser tagarela.

Amigos para os quais eu não precisarei ter máscaras, pois os mesmos me aceitaram da forma que eu sou। Amigos que entenderam a minha ausência quando eu estiver amando, mas que também comemoraram quando me der a louca de cair na farra.

Amigos। Não os coloco na frente dos meus parentes, porém, eles são a minha família quando a mesma esta longe ou quando simplesmente eu não tiver a mínima paciência para entender os meus pais. Amigos que me ligaram de madrugada para contar sobre uma festa ou desabafar uma briga com o namorado e que saberam que eu os atenderei, afinal, fui lembrada por eles em um momento difícil.

Não quero amizades por interesse, pelo meu status, pela minha conta bancária। Não necessito de amigos que se grudam a mim porque sou bonita, porque tenho um bom ciclo social ou porque sou inteligente. Não estimo aqueles que se dizem meus amigos, mas que do nada me viram à cara porque pisei na bola feio. Todos nos erramos.

Necessito sim, de amigos que me aceitam caindo de bêbada numa festa e que me levem para casa em segurança। Amigos nos quais darei o primeiro abraço de ano novo, que me ligaram no meu aniversario, que me faram festa surpresa ou que transformaram a vida numa festa só porque eles têm a mim. Amigos que compreenderam a minha rotina agitada e que não julgaram que eu os amo menos só pelo fato de não poder estar presente 24 h por dia.

Preciso de amigos que queiram dá e receber afeto, que não transforme a amizade em um contrato। Amizade é um casamento que não envolve papeis certidões, padres ou cartórios. Amizade é uma união abençoada por Deus em todas as instancias e com um contrato que valerá para a vida toda: aquele que esta no coração e em duas mãos que se tocam.

Fato। Tenho amigos que moram longe e mesmo assim é bom tê-los, pois quando nos encontramos, esquecemos que um dia estivemos longe e saberemos recomeçar a nossa conversa de onde paramos. Eles também têm a minha consideração e o meu desejo de amizade eterna.

Não preciso de números. Não quero então, amigos para ter só no celular. Busco qualidade. Jamais quantidade. Quero sim, esses amigos,sentados no chão da minha sala, conversando, rindo, brincando, enfim. Quero sentir a presença deles e também quero que sintam a minha, que olhem nos meus olhos e ali sintam toda a segurança do mundo. Quero então tê-los e pra mim isso basta.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Então é Natal.

Chegou o Natal। Para muitos, dia de comemoração. Para outros, uma data comum. Param mim, seria qualquer outro dia da semana se não fosse por uma peculiaridade – o fato de hoje ou amanha, ninguém sabe ao certo o dia em que Ele nasceu e viveu nesse mundo louco simplesmente para nos salvar.

Não acredito nesse dia। Na verdade, ele já teve algum valor na época em que eu era pequena , quando a família toda se reunia ao longo de uma mesa farta rodeada por frutas, panetones e coisas natalinas. Era também a época em que eu acreditava na existência do bom velinho e que todos os pedidos feitos para ele eram prontamente atendidos.

Nunca vou me esquecer da primeira bicicleta। Uma monark rosa, com rodinhas e cestinha vinda juntamente com uma boneca careca e pelada que eu não largava por nada nesse mundo. Também teve outro natal que eu ganhei um Papai Noel que andava e tocava musiquinha. Essa era a época que a minha madrinha vinha a Brasília passar as férias conosco.

Contudo, como muitas coisas na vida, o Natal perdeu o sentido para mim। Eu cresci e passei a vê a data como uma época materialista. Na verdade, curto Natal só quando estou amando, pois aí posso fazer surpresas para a pessoa amada e como nesse exato momento o meu coração esta totalmente leviano e ainda por cima, estou de dieta. Aí já viu.

O que eu gosto de fazer no dia de hoje é agradecer a Deus por todas as bênçãos obtidas ao longo desse ano। Agradecer pelos amigos que estão sempre presentes, por eu ter saúde, pela minha família, pelo meu futuro profissional. Agradecer. Só agradecer afinal é graças a Ele que hoje eu existo e posso escrever os meus textos.

Feliz Natal.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Obrigada......de coração.

Num dia desses, enquanto esperava para ser atendida em um barzinho comecei a conversar com uma amiga sobre fatos que ocorreram nesse belo ano de 2008। Falamos sobre família, amigas, trabalho, perspectivas para 2009 e claro sobre amores vividos ao longo desses quase 365 dias, quando ela então se pôs a falar das mudanças sofridas por mim desde julho.

Eu nunca tinha parado para pensar no tanto que eu mudei e porque não dizer amadureci? Eu, que sonhava tanto em melhorar algumas coisas, sem querer havia melhorado muito mais do que eu esperava para um período tão curto। Começou com a minha maneira de vê a vida e de encará-la, passando para as relações familiares, indo para as profissionais, chegando triunfalmente nas questões amorosas.

Durante muito tempo, enxerguei os meus relacionamentos como a tabua de salvação para a minha vida। Via em qualquer braço, em qualquer sorriso a chance para enfim poder ser feliz e sair das trevas. Trevas essa criada por mim num ciclo vicioso. Não suportava ir para uma balada e sair no zero a zero ou encarar um cara a noite toda e ele simplesmente não tomar nenhuma atitude. Era motivo para eu me considerar um fracasso e a ultima dos moicanos.

Julho। Quem lê os meus textos sabe o que esse mês representou na minha vida. Vivi dois meses lindos, acreditando que enfim, depois de varias buscas tinha finalmente encontrado o meu grande amor ou porque não dizer, a minha tabua de salvação? Ledo engano. Encontrei sim, um amigo como poucos, uma pessoa disposta a tudo, tudo mesmo, menos a amar e foi esse tudo que me transformou.

Existem pessoas que passam pelas nossas vidas e deixam muito si e levam pouco de nós। Frase clichê eu sei bem, porém, frase verdadeira, sendo o contrario dela também verdadeira e necessária. Aprendi muito ou nem tanto. Na verdade, como disse Thaís: ´´tem pessoas que entram em nossas vidas e faz uma mudança muito positiva, te fazendo crescer em qualquer situação. ´´ É minha cara amiga. O crescimento esta visível. Fala a verdade: quando que eu iria trabalhar tanto só pra juntar dinheiro para poder vê essa pessoa? Ok, dinheiro gasto inutilmente, mas bem aproveitado se for tirada a grande lição por trás, que foi o meu desejo de batalhar para ter a minha grana e conquistar as minhas coisas. Nessa etapa, aprendi que nada cai do céu e que eu não nasci em berço de ouro.

Outro aprendizado foi no controle da minha ansiedade। Como a minha família não tem ações na companhia telefônica, esse aparelhinho ficava restrito a poucas ocasiões। Não era sempre que eu podia me dá ao luxo de ligar e perguntar o que estava fazendo. Tinha que me contentar com as conversas pelo computador, rezando para que ele estivesse on-line ou para que a minha conexão não caisse. Antes, quando eu conhecia um carinha bacana, ligava umas 10 vezes ao dia e hoje, se ele se interessar por mim, vai ligar no dia seguinte. As minhas rugas já começaram a aparecer por causa de terceiros e não estou nem um pouco a fim de acentuá-las.Dito isso, só digo obrigada a você Ramon. Você, mesmo sem saber e sem eu saber, me fez crescer, me fez maior e melhor do que eu já era me deu forças para continuar lutando. Você foi o responsável por longas noites em claro de solidão. Noites essas que viraram manhas de sol comemoradas por mim e por todos os que me cercam. Eu mudei e para melhor. Não temo mais receber um não como também não temo em não fazer algo que não me agrada. Jamais conseguiria enxergar essa nova Luciana se não fosse os amigos, como também não seria essa nova Luciana se não fosse você. Ainda continuo ramonizando (é assim que as minhas amigas dizem quando falo ou penso em ti), mas sem dores ou tristezas. Ramonizo de uma forma carinhosa, com um sorriso nos lábios, lembrando sempre com carinho e saudade de um ser que esta a 900 km de distancia, mas que se faz presente e perto só por estar no meu coração.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Retrospectiva २००८

O ano está acabando. Não vou negar que passei por muitos momentos complicados ao longo de 2008 porem também tenho que admitir que foi um ano glorioso, vitorioso onde pude me destacar na minha área e claro, publicar o meu tão sonhado livro.
Essa é uma fase então de fazer uma retrospectiva do ano, de me avaliar a fundo e claro, ter consciência daquilo que preciso melhorar e porque não dizer, mudar?
Aí vamos nós।

O que eu quero lembrar? As viagens inesquecíveis।

A maior dificuldade passada? Quando recebi o diagnóstico de lesão do meu joelho।

A maior felicidade conquistada? Os novos amigos e as paixões।

Um sonho que foi concretizado? Publicar o meu livro।

Um sonho que ficou pra trás? Passar o Natal com a minha família em São Luis।

O que eu faria de novo? Quase tudo।

O que eu não faria de maneira alguma? Deixar me enganar com algumas pessoas।

Me anulei quando: coloquei as pessoas em primeiro lugar।

Me senti forte quando: disse para o meu avô que não queria ser médica como ele sonhava que eu fosse।

A minha maior prova de fé: quando resolvi seguir o espiritismo depois de ter algumas crises vocacionais।

Momento mais alegre: batizado do João Pedro।

Momento mais triste: suicídio do amigo Cleiton।

Momento mais marcante: publicação do meu livro।

Paixões desse ano: Mayworm e Ramon।

Amei de verdade? Sim, os meus amigos।

Solidão: quando dei por mim que estava só mesmo estando acompanhada।

Viagem show de bola: com certeza pra MOC।

Lolli, Luciana, Lu ou Luciana Lopes? A Lolli é a amiga। A Lu é como a maioria me chama. A Luciana é a estudante de biomedicina e a Luciana Lopes a escritora.

Quem vai ser lembrado? Nossa muita gente।

Quem vai ser esquecido? Jorge।

Quem jamais será esquecido? Ramon, Aline e Jorginho।

Fato engraçado: quando meu professor de dança falou que eu e uma amiga éramos namoradas, só porque andamos sempre juntas।

Fato triste: diversos que prefiro não comentar।

Viver nesse ano foi: necessário।

Tive vontade de sumir quando: me vi com algumas dívidas, quando briguei com a Aline, quando me doei a uma relação e não fui correspondida।

Aprendi que: o mundo jamais vai parar pra eu me concertar। Eu tenho que acompanhar o ritmo dele.

Abraço mais perfeito: o do meu pai no lançamento do meu livro।

Sorte: está lançada para o próximo ano।

Hobby 10: a dança de salão।

O que sempre odiei fazer, mas fui obrigada a realizar: malhar। Sei que é para o meu bem.

Músicas de 2008: Os outros do Leoni foi a que mais marcou।

Uma balada massa: as festas do Cizoub। Quem não foi perdeu.

Uma lição aprendida: que nem todo mundo é do jeito que a gente quer e que se nem Jesus agradou a todos, quem sou eu pra tentar agradar?

Um beijo a ser recordado: o da minha mãe no lançamento do livro।

Profissionalmente foi: perfeito।

Promessas feitas que não foram cumpridas: o de melhorar o meu gênio e o de controlar mais a minha boca।

O que espero de 2009: que ele venha।

O que não espero de 2009: difícil responder।

Resumiria 2008 na seguinte palavra: proveitoso।

Uma frase para fechar: Algumas vezes é necessário ligar o botão do dane-se para podermos ser mais leves e mais felizes.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lições:

Dia triste cheio de lágrimas e dor। Olho para o meu joelho e o vejo inchado, feio, dolorido e sem solução. Três médicos. Três opiniões diferentes. Três visões errôneas sobre um mesmo caso. Parece que se esqueceram que eu sou feita de uma matéria chamada corpo humano. Parece que só me enxergaram como mais um numero dentro de uma estatística que nunca vai existir afinal as estatísticas só são feitas em grupos menos favorecido e eu, por obra do destino, acaso ou sei lá o que, cai no grupo considerado privilegiado, mas que também não esta imune a certos erros, a certos equívocos.

Tenho horror à malhação e entro em pânico só de ouvir a palavra academia, mas é a ela que terei que recorrer nesse processo todo। Reclamei horas, fiquei emburrada, porém, só tinha duas escolhas: ou eu vencia a dor ou me conformaria em tê-la sempre comigo e me conhecendo do jeito que me conheço, preferi a primeira alternativa. A palavra conformismo nunca fez parte do meu dicionário. Decidi lutar. Não tenho forças é fato, mas saberei adquiri-las. Contudo, em todo sofrimento sempre tem o lado bom. Não vou negar que apesar de abominar esse padrão de beleza imposto, eu sempre tive vontade de ficar com um corpo legal, daqueles que dá pra usar uma mini blusa mostrando a barriguinha. Quem sabe essa não seja a hora exata pra isso? A verdade, a maior de todas é que vou aproveitar esse meu SPA forçado para mudar certos hábitos de vida, a começar pela minha alimentação. O chocolate se fará presente, mas o resto das guloseimas engordativas........

O bom é que eu reaprendi a olhar as coisas de duas formas. Agradeço a Deus pela minha família ter condições de bancar o tratamento e por me dá apoio incondicional. Sem eles, tudo seria muito mais difícil. Já estou imaginando a Luciana versão 2009: alegre, cheia de vida, com um corpão e claro saudável. Se a moeda tem dois lados, a vida tem que ter né?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Gostinho de Infância.

Eu não me lembro o que a sigla significava। Na verdade, acho que nunca soube, mas também, no fundo, nunca me interessou saber. O que realmente importava era o fato de estar ali, naquele lugar, duas vezes por semana para aprender a nadar.

O ano era 1997 e como todo pai, o meu achava que era importante o filho aprender uma língua e claro, aprender a nadar। Não consigo me lembrar de como foi que entrei ou o dia exato em que a minha matricula foi feita só sei que fui praticamente empurrada e obrigada e como não tinha outro jeito, o jeito foi cumprir a minha missão.

PROMIN। Era assim que se chamava esse doce lugar. Ali, a infância era respeitada e valorizada por um belo grupo de profissionais e um deles, era o Tio André - meu primeiro professor de natação. As suas aulas eram bacanas, ele tinha uma paciência incrível e ao seu lado, comecei, vagarosamente a dar as minhas primeiras braçadas. É já podia entrar numa piscina sem medo de me afogar.

Logo depois dele, quem deu continuidade a essa dura missão foi o Tio Marcel। Estudava pra ser piloto e como adorava ensinar, também dava aulas. Ao contrario do Tio André, esse´novo´´ tio era um pouco mais rígido e cobrava um melhor desempenho dos alunos, mas nada que eu não desse um jeito pra dá uma escapada dos seus olhares.

O ultimo tio, foi o Ricardo। Nossa que doce e que fofo ele era. Além de ser um grande professor, era também uma pessoa como poucas e durante as aulas, conversávamos muito, o que acabou nos aproximando e no fim, nos tornamos amigos e não vou negar que no fundo senti sim um amor platônico por ele, o que anos mais tarde se tornou real.

Nessa enrrolação toda, acabei ficando três anos nas piscinas। O que me motivava a ir nadar não era nem um pouco a natação em si, mas os amigos que eu tinha lá. Toda aula era uma farra, uma diversão tremenda e quando dava por mim, o sacrifício tinha chegado ao fim.

Em 2003, precisei dessa vez por motivos de força maior, voltar a nadar। Como em 97, eu reclamei, relutei, mas acabei indo e só fui porque dessa vez tinha tempo certo para começar e terminar a labuta. Sacrifício bem recompensado quando soube que depois de muitos anos seria aluna novamente do tio Marcel. Até hoje não esqueço o sorriso que ele deu quando me viu voltando para as águas. O mundo da muitas voltas.

Ano de 2008 ou pra ser mais exata, esse ano। Depois da descoberta de um problema no joelho soube que teria que retornar as piscinas. Legal, pensei comigo mesma, vou voltar pro PROMIN afinal lá eu conheço o dono e ele me conhece, porém, depois de uma conversa com o meu pai, soube que a escolinha tinha fechado. Fiquei meio chateada e com isso fui obrigada a procurar um outro lugar para me tratar.

Estou firme e forte em busca da minha melhora. Se antes eu reclamava porque tinha que nadar, hoje, por mais que não ache nenhuma maravilha, encaro a natação como um remédio e agradeço a Deus por poder entrar novamente em uma piscina. O lugar que me encontro, não vou negar, é muito bom. Na verdade é uma das academias mais conhecidas da minha cidade, com uma excelente equipe, que só vai me ajudar a melhorar. O fato é que pra mim, entrar em uma piscina, se resume a minha infância, aos meus momentos de descontração, a um lugarzinho simples e pouco conhecido, porém, a um lugar que sempre será lembrado com a maior de todas as saudades.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tédio

Férias na casa dos avós. Pode parecer um programa perfeito, com sabor de infância, com os carinhos do vô, as comidas da vó, sem ter horário pra acordar e poder fazer tudo o que os pais não deixam.
É realmente um belo programa, ainda m ais se os avos morarem em qualquer cidade do interior, porém, no meu caso, essas, certamente, nem de longe são as férias que pedi a Deus. Primeiro porque eu moro na mesma cidade que eles. Segundo, porque eu fui criada por eles e terceiro, porque ficar na casa deles pelos próximos 60 dias se resume a um tratamento der saúde.
Amo os meus velhos, sou grata toda a vida por tudo o que fazem e o que fizeram por mim. Algumas vezes eu e a minha avó temos umas briguinhas, para não falar em discussões homéricas, porém no fim a gente sempre acaba se entendendo afinal tem que saber ceder e também a hora de parar uma discussão. Com o meu avô, tenho papos maravilhosos sobre livros, musicas e poesias. A gente viaja muito conversando e a cada papo percebo que a minha veia cultural é hereditária. A sabedoria deles é uma coisa de louco. Só conhecendo pra saber. Claro, ele também me dá umas broncas de vez em quando mais sei que é para o meu bem.
Bom, agora podem estar se perguntando: Então o porquê do tédio? Simples, pois sinto falta da minha casa, do meu espaço, da minha bagunça, da minha coleção de sapos, do meu quarto escuro. Enfim, sinto falta do meu canto. Por mais que Dona Maria do Carmo não se canse de repetir que a casa dela também é a minha casa e isso eu sei, eu realmente me acostumei com a rotina sem horários que levo na casa da minha mãe. Aqui é tudo muito certinho e certinha é algo que eu realmente não sou.
Pra piorar a situação, os velhos ainda vão pro Maranhão, minha segunda terra. Injustiça viu? Além de ter que ficar pastando em Brasília, ficarei também sem eles. Crueldade essa viu? Agora sei que essa é só mais uma fase e que ela passara logo. Quem sabe ao termino dessas férias, eu não esteja com um corpão, linda, bem disposta e apaixonada por esportes afinal ao invés de beber guaraná Jesus, eu terei como programas, muita fisioterapia, natação, dança e caminhada.
E seja o que Deus quiser.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Equilíbrio

Brasília, algum dia de novembro de 2008

Hoje eu me dei conta de que o semestre esta acabando। Na verdade não só o semestre letivo, mas o ano como um todo. Quando vi minha mãe montando a arvore de Natal caiu à ficha bonito e com essa queda, veio um tombo bem maior.


Posso falar que detesto final de ano, pois o meu lado sentimentalista que já é grande fica bem maior e mais aflorado। Choro por qualquer coisa tenho vontade de abraçar e beijar todo mundo, mas também tenho vontade de ficar na minha cama, tranqüila, até que o meu celular toque.


Em 2008 ganhei mais do que perdi, é fato। Ganhei meu livro, noites de paixão intensas, viagens inesquecíveis, amigos instantâneos, conhecimentos na minha área, um afilhado, muito beijo na boca, a dança de salão e amores que foram vividos em cima da famosa frase: ´´ Que seja infinito enquanto dure. ´´


As perdas também vieram। Perdi noites de sono chorando a perda de um amor, perdi amigos, mas que no fundo não eram meus amigos, pois se fossem, eu não teria perdido. Perdi meu tempo com coisas fúteis, com sonhos bobos. Perdi o calor de quem amava e fiz questão de perder pessoas da minha família. O Cleiton se foi e certamente essa foi à maior perda.


Se a minha vida, ou melhor, o meu ano fosse ser colocado numa balança, diria que houve equilíbrio। Paguei caro em algumas situações, mas o preço foi bem recompensado. Os sorrisos que recebi valerão qualquer esforço.


Refletir não é bom, pois quando refletimos descobrimos muitas coisas e geralmente são coisas tristes porem é justo vê o que tem que ser melhorado। Adoro falar que terminarei o ano tendo aprendido o significado da palavra tolerância. Se antes eu jurava que era o mundo que tinha que mudar por minha causa, hoje enxergo que o mundo pouco se importa comigo. Se estou bem ou mal, o problema é meu e a obrigação é minha de encontrar a cura para os meus males.


Exerci também a solidariedade quando tirei de mim para dá ao próximo। Na verdade para dá a uma pessoa. Não é fácil ficar batalhando por amor próprio e de uma hora para outra entregá-lo assim, de bandeja. Se oi recíproco? A resposta eu tenho e ela ficara guardada. O que revelo é que no momento mais lindo de todo o ano, tivemos a vontade de termos um filho. Um filho que não seria gerado no amor, mas sim no carinho, na confiança e na cumplicidade de duas pessoas que se conheceram, se curtiram, se gostaram se separam, mas que continuam unidas e amigas. Só não fizemos essa loucura porque ainda temos alguns princípios, mas sei que essa vontade permanece, ainda que escondida.


A palavra fim de ano deveria então ser substituída por pausa para um café seguida de recomeço। Odeio Natal, pois ele esta relacionado à hipocrisia. Gosto sim de ano novo, virada de ano, ouvir fogos, tomar champanhe, olhar para o céu, abraçar os queridos e agradecer a Deus por mais uma etapa vencida. O ano, não precisa necessariamente começar no dia 1 de janeiro. Pode sim, começar a qualquer hora, em qualquer mês, afinal cada um resolve como será o seu ciclo.


Se 2009 for tão bom quanto 2008, darei pulos de alegria. Se não for, problema. O que vale é o fato de estarmos vivos e termos a doce chance de errarmos, aprendermos, sorrirmos, chorarmos, mas principalmente, de sermos felizes.



Obs.: esse texto foi escrito em forma de carta num dia qualquer do mês passado, porém, a sua publicação coincidiu com a data de falecimento do Cleiton. Que você esteja bem meu amigo e o seu sorriso, ainda faz falta na vida daqueles que te amam.

domingo, 30 de novembro de 2008

No meu canto.

Festinhas de confraternização. Nessa época do ano é o que mais se vê. Em cada esquina tem sempre um povo abraçado, falando besteira, trocando pressentes num amigo ou inimigo oculto divertido, relembrando os maiores ´´causos ´´desse ano que está chegando ao fim e também sentindo falta daqueles que se foram.

É incrível poder reunir todos aqueles de quem gostamos, apreciamos ou temos um carinho especial. Ao longo dessa minha vidinha, aprendi que sou sociável e adaptável, por mais que algumas situações ainda me tirem do serio ou me deixem sem saber o que fazer. Poucas, mas elas existem.

Ontem, em uma dessas festas, me vi rodeada de casais. Uns bem bacanas e outros que você olhava com a cara do tipo: porque esses dois estão juntos? Se ninguém entende nem a própria cabeça, vai entender a dos outros. O fato é que, pude vê felicidade em seus olhos, aquela felicidade boba, de quem esta apaixonado ou pelo menos acompanhado.

Em um dado momento de isolação, senti como se aquela festa fosse o dia de Natal. Não me importei para as risadas altas, para o falatório do pessoal todo. Simplesmente acabei esquecendo de tudo e de todos e me pus a pensar: se Papai Noel existisse mesmo, o que será que eu pediria a ele? A resposta veio quase que de imediato. Pediria, além de ter um joelho bom novamente, pediria um amor, uma companhia.

Não vou me contradizer falando que estou correndo atrás de um namorado ou matando formiga a berro. Longe disso. To muito bem a minha maneira, porém, é nesses momentos que bata aquele vontadezinha de ter alguém especial ao meu lado, comemorando mais um ano que terminou e outro que já esta vindo de mansinho para nos alegrar. É, mas Papai Noel não existe. O que realmente existe é a nossa vontade de corrermos atrás dos nossos sonhos e transformá-los em realidade.

Fiz essa pausa com uma taça de prosseco na mão e olhando para um céu estrelado. O meu dia 24 foi ontem, ali, naquele lugar, naquele exato momento em que me permitir esquecer-se do mundo e pedi coisas boas ao bom velinho. Atitude essa que eu mantive durante vários anos, escrevendo cartinhas ou fazendo orações para que os meus pedidos fossem atendidos. Transformei cada estrela numa rena e a maior de todas, na magia de ser criança. Só Deus, que estava comigo nessa hora sabe como foi especial.


´´Papai Noel. Vê se você tem a felicidade, pra você me dá. ´´

nATAL

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Férias? Nem tão cedo.

Preciso de um banho relaxante, de tempo pra vê televisão, de fofocar o dia inteiro com as minhas amigas, de dormir fora de casa por uma semana, de comer chocolate o dia todo, de fofocar muito com a minha mãe, de falar muita bobagem ao telefone, de pentelhar todos os meus contatos no MSN, de sair pra dançar até altas horas, de usar salto alto, de me maquiar. Preciso de um colchão até o meio dia, de vê o dia novo nascendo, de postar todo dia no blog.

Resumindo: preciso URGENTEMENTE de férias. Férias essas que não virão tão cedo. Explico.
Segunda feira dia 1 de dezembro, seria o dia mais feliz dessas ultimas semanas, pois era o dia em que eu poderia enfim, esticar as pernas pro ar e mandar tudo pra aquele lugar com força e com fé, mas não poderei fazer. Não terei mais os trabalhos chatos, as aulas maçantes e as provas homéricas do meu curso, porém terei outra rotina nada agradável por causa do meu amado e querido joelho.

Estou sofrendo de um probleminha, pra não dizer baita dor de cabeça e aporrinhação e por causa desse fato terei que cuidar da minha saúde como a uma era eu não cuido e isso inclui fisioterapia, natação, caminhadas leves e claro, uma dose extra de bom humor. Odeiooooooooo nadar. Fiz aula durante três anos e o Maximo que eu consigo é não me afogar. Fisioterapia cansa qualquer um e caminhar, só se for até a lanchonete mais próxima. O que mais mata, não é nem tudo isso e sim a diminuição no meu ritmo de dançar. Logo eu, que descobri nas sapatilhas a cura para boa parte dos meus males.

Vou me esforçar para tirar bom proveito dessa situação. Na verdade, brinco com o pessoal que pelo menos vou terminar toda essa maratona com um corpo melhor, afinal aja exercício físico e também com pelo menos o espírito de dever cumprido. Viagem, farra, pegação, só virá em janeiro, mais exatamente no final. Estou odiando a idéia de passar a virada de ano na minha cidade. Por mais que ame Brasília, confesso que aqui, nessa temporada é um tédio total.

Agora, depois de tudo, tudo mesmo, vou poder gozar da minha tão sonhada liberdade, do não ter que ouvir minha mãe me chamando 06h45minas da madrugada pra ir pra aula, do não ter que acordar nesse mesmo horário pra ir nadar, do não ter que passar tardes na fisioterapia. Quero enfim, esquecer o que é relógio, agenda compromissos. Quero só me comprometer com a minha liberdade de fazer nada, de não ter compromissos, de poder beber a vontade sem ter que me preocupar com o dia seguinte, de poder usar salto alto sem a mesma classe de sempre, de poder, sei lá o que.......... de poder viver meus dias de descanso sem rotina porque de rotina, já basta nos outros meses do ano.

E que o meu joelho coopere pra que esse sonho aconteça logo.

sábado, 22 de novembro de 2008

Num sábado tenso: poesia.

Naquele banco:

Traí e fui traída
Ajudei numa brincadeira
Besteira? Cada um sabe o que faz
Que o mundo não conspira
Ele inspira um saber
E naquele banco eu sentei
Me recostei negando um beijo
Tive medo de deixar resquício
Fechei os olhos num precipício
Fui jogada sem pensamento
Num casamento consolidado
O coração chora, implora
Para ter um namorado
Diferente de amor
Amor é coisa momentânea
Namoro é companhia tamanha
É o acordar junto sem medo
Deixando pra trás só o desejo
Amor é fogo e farra
Farofa temperada com putaria
Namoro é tudo isso
Regado com companhia.
Naquele banco eu sentei
Deitei....
Me recostei com medo do amanha
Senti ciúmes, senti tesão
Senti um medo, não foi em vão
Será agora... Não irei embora
Sou obrigada a ficar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Por hoje é só o que eu quero

Como já diz no título: Por hoje é só o que eu quero.
Desde o fim do meu ultimo relacionamento que eu não via em alguém um sorriso tão perfeito, aquele sorriso que paralisa qualquer pessoa a quilômetros de distancia. Um sorriso puro, num ogro em forma de homem.
Camarada, parceiro de aventuras, de ideologia, porém não vou negar que o que eu realmente queria só por hoje e nada mais é o que esta escrito na música abaixo.


Vitoriosa- Ivan Lins

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa.

Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza.

Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além,
E ir além...

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa.

Que a vida pode ser maravilhosa...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Pra começar a segunda rindo um pouco.

Esse texto eu achei numa agenda bemmmmmmmm antiga, do ano de 2004 e como o acho divertido, resolvi colocá-lo aqui no blog. Boa semana.


Oração das encalhadas:

São Baltazar, eu quero casar
São Benedito, com um cara bonito
São Benevolente, que seja decente
São Luis, que me faça feliz
São Manoel, que seja fiel
São Edmundo, que não seja de todo mundo
São Tiago, que não seja viado
São Irineu, que seja só meu
São Virtuoso, que seja gostoso
São Raimundo, que não seja vagabundo
São Benjamim, que ele goste de mim
São Vicente, que seja quente
Santa Guiomar, que ele saiba me amar
São Pedro, que me ame sem medo
São Gabriel, que seja doce como o mel
São Simão, que não seja bundão
São Malaquias, que me ame todos os dias
São José, que ´´ele´´ esteja sempre de pé
São Nicolau, que seja grande o seu... coração.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Desejos.

Eu quero:

Dormir até tarde numa segunda-feira chuvosa
Andar de bicicleta num jardim florido
Escutar as minhas músicas na hora de uma prova
Orgulhar quem se orgulha de mim.

Quero ter uma casa com paredes verdes e porta-retratos
Plantar a minha horta
Colher os meus frutos.

Quero fazer amor num lugar proibido
Morrer de desejo com um simples beijo
Desejar a longevitude dos meus 20 anos.
Quero aprender com os mais velhos
Rir com os mais novos
Amar com os que têm a minha idade.

Quero torrar as minhas economias
Cair na estrada, ser mochileira de profissão.
Quero chegar aos céus
Conhecer Deus, dizer amém.

Quero jogar um baralho
Dançar dentro da cozinha
Fazer revolução sem dia e nem hora.

Quero lançar outro livro
Viver de arte, beber paixão e comer carinho.

Quero que os meus filhos não sejam meus
Que conheçam o mundo
Que vagem por ele
E depois retorne aos meus braços.

Quero, simplesmente quero.

sábado, 8 de novembro de 2008

Palavras.

Ganhei o dia, à noite, a semana e posso até falar, o mês. Não, não foi um aumento de mesada que eu recebi ou aquela torta de chocolate que eu comi ou até mesmo porque comecei a namorar. Ganhei tudo isso porque ouvi um pedido de desculpas de uma pessoa que jamais imaginaria ouvir. Sabe aquele tipo de gente meio insignificante ou que não acrescenta e nem diminui em nada na sua vida? Foi de uma dessas pessoas que recebi esse pedido, que foi prontamente recebido e atendido.

Na política, você acaba conhecendo muitas pessoas. Umas boas e outras nem tanto. Quem se dispõe a participar de qualquer movimento, seja ele sindical, pastoral, estudantil, religioso, dispõe também a ser criticado, humilhado, ofendido, caluniado. Nossa já chorei muito por não saber filtrar criticas construtivas das destrutivas e com isso criei muitas barreiras, tornando-me uma pessoa pior do que já era mais grossa, mais impaciente e algumas vezes sem noção da realidade que me cercava.

De tanto tomar na cara, de cair e ficar ali, estirada no chão, resolvi fazer alguma coisa por mim. A primeira e mais obvia foi: começar a quebrar barreiras. A segunda foi olhar para uma pessoa e enxergar além do que os meus olhos podiam vê e a terceira foi aprender a separar as coisas. Quantos camaradas deixei de ganhar por puro preconceito, por não saber separar a pessoa política, da pessoa que realmente era.

Foi de um desses camaradas que recebi esse pedido de desculpas. Numa conversa ele me revelou que tinha medo e receio de conversar comigo, pois na sua cabeça, tudo o que eu pudesse fazer para prejudicá-lo eu iria fazer. Assumo que fiz isso sim, pois a visão que eu tinha dele era de um mau caráter de primeira linha, dos piores mesmo, mas as pessoas nos surpreendem e hoje, quebramos barreiras, deixamos os preconceitos de lado e enfim, ganhamos mais um dia feliz em nossas vidas.

Você errar e reconhecer um erro é divino, é mais do que humo, pois a maioria de nós, não reconhece seus erros. Eu, em muitas vezes, me fiz de ofendida e de dona da verdade, o ser superior e magnífico, a quem todos devem respeito. Doce ilusão. Também já acreditei que o mundo estava errado e que eu era a certa. Egocentrismo puro. Dói ter que baixar a cabeça, a aceitar os nossos erros e a aprender a pedir desculpas.

Termino então, pedindo desculpas a várias pessoas. A minha amiga Aline, por ter duvido de sua amizade. Ao Jorginho, por ter sido criança e imatura. Ao Jorge, por tê-lo amado loucamente e transformado esse amor em doença. A galera da UJS, por ter duvido da nossa ideologia. A minha família por ser tão ausente. A Thaís por algumas vezes não retribuir o amor que tem a mim. Ao Ricardo, por tê-lo feito sofrer. Saiba que foi sem querer. Agora posso dormir tranqüila, minha alma certamente esta mais leve.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

´´Escrevente.´´

Nessa semana tive um papo delicioso com um colega sobre literatura. Nossa, viajamos legal e trocamos experiências sobre bons livros e bons escritores. Como eu, ele é um verdadeiro amante literário. Na verdade, até mais, tendo em vista a sua profissão- jornalista. Eu como estudante de biomedicina até tento me envolver mais com os livros, porém, na minha rotina agitada e abençoada, só ando tempo pra ler livros técnicos e que na boa, não são nenhum pouco românticos, por mais que vários deles falem sobre o bom funcionamento do coração.

No meio da viagem, do papo, ele fez um comentário que achei perfeito. Pra ele, escrever é como beber água, comer, escovar os dentes É algo natural é espontâneo, que já faz parte da rotina. Parece que não consegue viver sem escrever. Isso pra mim é perfeito, pois me identifico muito com a literatura, com a escrita, com a arte de brincar com as palavras. Já falei varias vezes no blog que abandonei diversos projetos de vida, que já larguei muita coisa pra trás, porém uma coisa é fato, não deixo de escrever.

Encaro a escrita como uma terapia. Admiro muito os psicólogos, os terapeutas, mas digo com a absoluta certeza- um papel faz milagres. Eu tenho verdadeira loucura em pegar uma folha ou o teclado do meu computador, alongar os dedos, respirar profundamente e deixar-me levar por um caminho que só conhecerei depois que o texto fica pronto. No meu curso eu real mente escrevo bastante, mas são coisas técnicas. Foi o que escolhi pra minha vida, diferentemente da escrita, que surgiu naturalmente aos dozes anos.

Sempre disse que odeio rótulos. Não sou mercadoria. Basta o meu código de barras carinhosamente chamado RG ou Registro Geral. Detesto quando me exibem como escritora. Tenho sim um livro publicado, mas publiquei como forma de desabafo ou de farra. Tem pessoas que fazem farra num boteco (eu também faço e muita) e outras com as letras. Meu caso. Se for então pra me rotularem que me rotulem de ´´escrevente´´. Acho massa essa palavra que não existe no dicionário.

Se eu tiver que optar um dia por todas as coisas que faço, opto então por escrever. Escrever poesias, textos, contos, cartas para os amigos. Opto por ter a minha liberdade de espírito, por ter os meus segredos revelados na língua portuguesa. Vivo sem beijo na boca, sem sexo, sem farra, sem dançar, sem sair de casa, sem chocolate (aí é exagero), vivo sem muita coisa, mas não vivo sem escrever. Descobri que as palavras aproximam as pessoas. Como vocês acham que eu mantenho contato com tantos amigos de vários estados sem ser por telefone?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Traições, desilusões e afins.

Quem já foi traído que se manifeste, de preferência com um bom copo na mão. Quem nunca foi traído ou traiu que seja canonizado, pois das duas uma ou você tem sorte ou não vive nesse mundo. Antigamente trair era sinônimo de aventura, de algo escondido e perigoso e hoje não, o ato é feito na cara dura mesmo e com a mudança dos termos.

Na época da minha avó, tinha-se um amante e hoje se tem uma aventura fora do relacionamento, um algo a mais para apimentar a relação, digamos assim ou até mesmo uma boa desculpa para não enjoar da cara do parceiro com quem esta há um certo tempo, ora por comodismo, ora mesmo por amor.

Lá vem gente dizendo que quem ama não trai. Pode ser verdade essa teoria, lei ou regra, mas a realidade, por mais que doa, como já doeu em mim é que mesmo apaixonado, louco alucinado, uma pessoa pode trair ou ser traída. Não vou negar que tenho os meus truques para tentar evitar uma possível traição, coisas que nem sempre dão certo.

Já fui a fundo numa relação e acabei saindo dela com dois galhos enormes na minha cabeça como também já me relacionei com pessoas que nos seus romances anteriores tinha sacaneado horrores. Pensei comigo da seguinte forma: Comigo pode ser diferente. Em alguns casos foram e outros não e o que eu fiz? Chorei me descabelei, mas dei a volta por cima e encarei como algo normal, por mais que seja errôneo falar isso.

Quem perdoa uma traição deve estar com a mente aberta e com o coração puro. Não é nada bom imaginar que toda vez que o parceiro vai trabalhar ou sei lá, seguir a rotina dele, no meio do caminho possa encontrar alguém para dá aquela famosa pulada de cerca. Quem perdoa deve colocar na cabeça que tudo, tudo mesmo terá que ser diferente. Caso contrario, é melhor seguir a sua vida e deixar que o outro siga a dele.

Muitos pensam que aquele que trai não se arrepende. Ledo engano. Na maioria dos casos o que rola é remorso, ressentimento, mas em outros, o arrependimento bate sim. Como diz a música: ´´Sei que é tarde pra me arrepender, inconseqüente, fraco, eu trai você, sabemos bem quem vai sofrer. Hoje só Deus sabe a minha dor, eu tive que perde pra dar valor. Não serei o mesmo sem o teu amor. ´´

Traição de homem eu posso perdoar. Mesmo não ficando com a pessoa. Agora traição de amigo essa não tem jeito. Amigo é aquele pra quem você geralmente abre a sua vida, conta seus problemas, divide suas alegrias, mostra como realmente é sem mascaras. Traição de amigo é a mesma coisa que você tivesse traído a você mesmo.

Sou muito amiga de ex que por ventura brincaram com os meus sentimentos e que não tiveram consideração com o nosso relacionamento. Descobri ao lado deles aonde posso melhorar e o que devo continuar fazendo e isso me fez crescer. Não sou boa samaritana, mas cai na real que até um pé na bunda te faz ir pra frente e esses certamente são os melhores.

domingo, 2 de novembro de 2008

Dia 2 de novembro.

Domingo dia 2 de novembro. Feriado. Alguém por acaso se lembrou disso? Do dia todo mundo lembrou é claro, mas se o feriado não cai em dia de semana, ele é automaticamente esquecido.
Tenho medo da morte, pavor da palavra enterro, pânico em pensar que terei que velar alguém e ao contrario do que muitos pensam, não falo do enterrar só um corpo. Isso é fácil, afinal é a única certeza da vida. Falo do pior, do enterrar uma alma.
É duro ter que conviver com alguém e de uma pra outro ser obrigada a sepultá-la em algum lugar do coração ou da memória. A verdade é que, é menos doloroso fazer essa transição na mente, pois para quem é emotivo como eu, o coração manda e desmanda na vida.
Nesse feriado, não chorei, não pedi, não agradeci. Calei-me e isso bastou. Sofri em silencio a ida dos meus. De uma forma ou de outra, foi o jeito que encontrei para mostrar minhas dores e angustias que o tempo jamais vai apagar.


´´ Para isso fomos feitos. Para lembrar e ser lembrados. Para chorar e fazer chorar. Para enterrar os nossos mortos-por isso temos braços longos para os adeuses. Mãos para acolher o que foi dado. Dedos para cavar a terra. Assim será a nossa vida: uma tarde sempre a esquecer, uma estrela a se apagar na treva, um caminho entre dois túmulos. Por isso precisamos velar, falar baixo,pisar leve, ver a noite dormir em silêncio. Não há muito o que dizer: uma canção sobre um berço, um verso, talvez de amor, uma prece por quem se vai. Mas que essa hora não esqueça e por ela os nossos corações se deixem ,graves e simples. Pois para isso fomos feitos: para a esperança no milagre, para a participação na poesia,para vê a face da morte-de repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem;da morte, apenas nascemos, imensamente.´´ Vinicius de Moraes.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Os sonhos não envelhecem.

Era uma vez uma casal. Ela linda e ele inteligente. Conversavam sobre diversos assuntos. Tinham muito em comum, principalmente as ideais revolucionárias, porém, como duas pessoas distintas, também tinham suas diferenças. Enquanto ele era discreto, ela ria e falava alto. Enquanto ele se vestia de maneira simples, ela estava sempre no salto. Enquanto ele adorava andar a pé, ela morria de preguiça. Enquanto ele mal fazia a barba, ela estava com o cabelo sempre impecável, mas mesmo assim, se completavam.

Eram como carne e unha ou na linguagem da cidade dele, a goiabada e o queijo. Diferentes, mas necessários um ao outro. Adoravam rir juntos, dormir abraçados, debater sobre músicas, sonhar com a revolução, explorar livros novos. Quem os olhava, tinha a absoluta certeza de que na aparência não combinavam em nada, mas era só vê o carinho que ambos tinham que viam o quanto davam certo. Pareciam até a Princesa e o Plebeu ou a Dama e o Vagabundo.

Quando o rolo, o romance, o relacionamento ou o trailer de um conto de fadas chegou ao fim, ela não teve vergonha de implorar amor, de pedir só mais uma chance. Chance essa que foi negada e no fundo, a culpa foi dela, por ser insegura e por não entender que ele não pertencia a uma pessoa, mas sim ao mundo. É enquanto ela era romance puro, cem por cento coração, ele tinha uma racionalidade incrível, vista por poucos e indo assim, dessa maneira louca, ela se permitiu amá-lo e a transformar a cidade dele num lugarzinho só deles e de mais ninguém.

Quando teve que realmente ir embora, disser adeus, se despedir, foi como se uma parte do seu coração ficasse junto dele. Juraram amizade eterna, cumplicidade pra sempre, pois o carinho não havia morrido só o sentimento homem e mulher. Da parte dele. Da parte dela continuava vivo, mas escondido.

Em poucos meses viveram muitas coisas. Quando tinham algum problema com um, o outro, mesmo longe, se prontificava a resolver ou a ajudar. Seguravam a barra legal. Ele com a sua calma e ela com o seu jeito prático de resolver as coisas em 5 minutos e a paixão continuava ali, escondida, com medo de ser revelada. Ele poderia não gostar de saber disso. O silencio, nesse caso, foi à alma do negócio.

A freqüência das conversas diminuiu. Ela na luta com a universidade e em busca de um colo para poder dormir e ele no corre de uma campanha eleitoral, mas sempre que a agenda permitia os dois se falavam e claro, também se ajudavam. A entrega foi uma coisa vinda da alma, do coração e da sabedoria. E a companhia um belo presente.

Demorou para se falarem novamente e quando o assunto rumava para coisas sérias, ele fez uma piadinha e no meio dessa, soltou sem querer que estava de rolo. Pronto. Bastou para que ela ficasse triste, sem vontade de comer e com o seguinte pensamento: Porque não eu?

Os sonhos jamais iram envelhecer. Ela é bonita, atraente, bem resolvida, cheia de compromissos sociais e claro, de caras interessados em encantá-la ou porque não dizer amá-la como ela o amou? Na verdade, de uma maneira diferente, pois ela o amou em silêncio e dessa vez, se for para amar o parceiro com quem vem conversando, tem que ser próximo, com calor humano e podendo dizer pra todo mundo afinal é livre como um pássaro, faltando só descobrir o rumo a voar.

Ao contrario de outros jamais apagara os contatos dele. Continuara o ajudando, mas sem se envolver muito. Ela precisa dá espaço para coisas novas e também para poder descobrir outros ninhos de amor, seja em outra cidade ou na sua, importando sempre, mesmo triste,serfeliz.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Para você Gustavo.

Hoje acordei lendo belas palavras que me fizeram refletir sobre diversas questões. Quem me conhece sabe do verdadeiro pânico que tenho em ficar sozinha. Não digo pânica pela falta de um amor, pois se é para atrapalhar, melhor ficar sozinha. Esse pânico se refere ao medo de perder a coisa mais valiosa que eu tenho: meus amigos. Demorei muito para enxergar quem são os meus verdadeiros anjos da guarda, pessoas que mesmo longe, fazem uma festa quando dou uma ligação ou quando mando um simples recado no Orkut. Esse pra mim é o verdadeiro valor de ser amigo.

Como sou blogueira assumida, adoro conhecer pessoas que escrevem ou que tem alguma mensagem especial para passar. Através de uma amiga, pude conhecer o blog Dois em Xeque. Que delicia foi poder encontrar em cada texto, palavras de consolo, de alegria, de incentivo para continuarmos na busca incessante pelo verdadeiro amor.

Na época, a dupla era formada pela Mayara e pelo Gustavo. Idéia genial afinal, em uma mesma postagem tínhamos a felicidade de vermos o lado masculino e o feminino dos relacionamentos. Com a Mayara percebi o lado da loucura, do romantismo de ser mulher e com o Gustavo, a racionalidade do ser masculino. Bela forma de tentar encontrar o equilíbrio entre o lado masculino e o feminino. Missão difícil é fato, mas muitas vezes necessárias ainda mais nessa era do ficar, do não desejar ter compromisso ou dos amores descartáveis.

Quando o Gustavo escreveu seu ultimo texto, me deu uma dor no peito, um aperto enorme afinal, já estava me acostumando com as suas palavras doces e carinhosas, porém, veio-me uma surpresa quando soube que o mesmo iria continuar escrevendo, mesmo que fosse na Terra de Cabral. Surpreendeu a ida, o fim da parceira, mas também deixou uma alegria no ar... Boas palavras jamais devem deixar de serem escritas.

A minha natureza é ser pentelha mesmo. Eu venço as pessoas pelo cansaço e acabei vencendo o meu grande escritor. Legal saber das curiosidades de Lisboa, de observar, mesmo que do outro lado do oceano, de entender um português bem diferente do nosso, porém, faltava algo mais no seu novo blog e esse algo se chamava textos sobre amor, dor solidão, angustia. Textos que eu conhecia e claro, admirava e depois de vários comentários e pedidos, veio um belíssimo texto falando sobre solidão no qual me identifiquei muito.

A atenção que ele dá aos seus leitores é enorme sempre com carinho e respeito e essa mesma atenção ficou clara quando fiz um comentário e me veio uma resposta curta, doce e inesquecível. Palavras que certamente serão lembradas.

Deixo aqui, com todo o meu carinho, o seu belíssimo texto e os nossos comentários.
Obrigada Gustavo por ser um excelente´escrevente´´ e por poder contagiar a todos com as suas palavras.


´´ Respondo a uma estimada amiga do mundo virtual que me perguntou, cá entre os comentários, como andam as coisas em Portugal. De fato, há algumas publicações que tenho deixado de lado os juízos exteriores para me debruçar sobre o meu interior – ou meus interiores, uma vez que são muitos e distintos.De modo algum isso é ruim ou foge ao conceito deste espaço. O blogue saibam todos, não tem conceito. Tenho vontade de escrever – quase como um instinto fisiológico –, e isso basta. Se me tirassem a escrita, preferia morrer. “A boa obra de arte nasce da necessidade” (Rainer Maria Rilke).Veja, cara amiga, não digo que o que escrevo é a boa obra de arte. Apenas que ela brota, sim, da necessidade – e, por isso, se não pode ou deve ser alçada como boa, ao menos que seja vista como honesta e pura.Ao mesmo tempo, expor meus devaneios mais profundos é falar de Lisboa. De como a cidade proporciona esse passeio dentro de si, quer nas suas ruas e praças antigas, quer em seus cafés e bares agradáveis. O vento gelado que bate no rosto é companhia ideal da solidão serena. O desassossego mundano é menos desassossego e menos mundano diante do belo poente contemplado por um mirante “natural”.Esta semana estou pra cima e pra baixo à procura de emprego. Na verdade, desde que cheguei replico anúncios e distribuo currículo. A crise mundial me pegou pelo pescoço e, com o euro a quase R$ 3, os planos de sobreviver tantos meses com o dinheiro que guardei teve de ser revisto.Não há sinal de alerta, tudo caminha com calma e segurança, mas preciso trabalhar. Preenchi cadastros de empresas que promovem “extras”: vão desde garçons para hotéis e restaurantes a demonstradores de perfumaria e de hipermercados. É uma grana boa que entra.A melhor chance pintou em um cinema próximo à faculdade. A vaga é de lanterninha. Que tal? Investi todas as fichas, mas nada de resposta ainda. Os horários encaixam com o das aulas e o salário é bacana. Sem contar que poderei assistir aos filmes – até que depois de um mês vou saber todas as falas e enjoar dos enredos repetidos.Mas qual roteiro é sempre original? ´´

Luciana Lopes disse...
Sabe Gustavo:uma das coisas que mais admiro em você, apesar de não conhecê-lo pessoalmente é essa sua coragem de mudar. Não deve ter sido fácil largar a sua cidade, os seus amigos e ir em busca de outro sonho, de ir além para ser alguém melhor.Parece que o domínio da solidão faz parte de você, da sua essência, do seu modo de encarar a vida. Solidão essa que me apavora. Nasci para estar rodeada de pessoas, de familiares, de militantes......... Enfim. Nasci para ter alguém para poder bater um papo, fofocar, xingar meio mundo. No fundo, sou feliz assim.No final do ano darei uma de mochileira. É, voou fazer as malas e sair meio sem rumo pelo interior de Minas. Tenho medo, receio, dor, enfim... Não sei o que esperar de mim e das pessoas que encontrarei no meio do caminho mas necessito fazer isso, como uma forma de descoberta, de aprendizado, de sei lá o que. No fim, sei que sera valido e voltarei para o meu mundo mais crescida, mais forte e com mais disposição para enfim, consegui me formar na universidade e buscar outros caminhos pré traçados, mas que podem ser mudados.Abraços.
29/10/08 10h07min

Gustavo Jaime disse...
Luciana, não trate estas palavras como verdade absoluta. As leia com teu coração e veja se alguma coisa a acrescenta - ou simplesmente toca. “Só a solidão é necessária, uma grande solidão interior. Entrar dentro de si e não estar com ninguém horas a fio - tem de ser capaz disso. Estar só, como em crianças estávamos sós, quando os adultos circundavam por aqui e por ali, enredados em coisas que pareciam grandes e importantes porque os adultos pareciam tão ocupados e porque nada sabíamos dos seus afazeres.” “Sabemos pouco, mas que temos de nos ater à dificuldade é uma certeza que nunca nos abandonará; é bom ser solitário, porque a solidão é difícil; que uma coisa seja difícil deverá ser mais uma razão para a fazer. Também amar é bom: porque o amor é difícil."
29/10/08 10h44min

terça-feira, 28 de outubro de 2008

SEM PÉ NEM CABEÇA.

Semana corrida, mês que voa, o dia, na teoria tem 24 horas, mas na pratica, parece ter pouco mais de 10. A correria se faz constante e quando penso que enfim, poderei descansar me aparece um compromisso. Amigos que não vejo há tempos me chamam pra sair. O meu partido que esta quase sem atividades inventa de marcar uma reunião. A dança, que antes era só um hobby, esta ficando cada dia mais pesada, por causa das três aulas que estou fazendo.

Eu não agüento ficar muito tempo com o mesmo numero de celular. Detesto receber milhares de ligações por dia. Antes, quando eu comprava um aparelho novo, passava o meu novo numero pra meio mundo e hoje não. Passo pra quem é importante ou pra quem interessa saber, caso contrario, só revelo se me perguntarem.

No corre corre da vida, acabo me esquecendo de me dedicar a uma das coisas que eu mais amo fazer, fora dançar e comer chocolate-escrever. Ta bom vai, mentira. Eu sempre lembrei de fazer isso, mas é que ultimamente não venho tendo tanta inspiração pra isso. Uma vez li que escrever é mais transpiração do que inspiração. Em partes concordo, mas em outras não. Pra eu escrever é um exercício da alma, é algo que vem de dentro, se não, os textos ficam ruins e sem o porquê de serem lidos.

Ontem, caí na real que só faltam cinco semanas para as minhas aulas na facul acabarem. Bom, muito bom, mas nem tão bom se for levado em conta à quantidade de trabalhos que eu tenho pra fazer, os dois seminários que terei de apresentar, os relatórios de bioquímica que tenho que terminar e as varias provas que tenho que fazer. Só falo uma coisa: Ninguém merece.

O blog meio que caiu no esquecimento, mas no fundo a culpa não é minha e sim da minha louca rotina que eu ando tendo. O tempo que tem me restado uso para dançar e dormir afinal ninguém é de ferro por mais que eu ache que dormir é perda de tempo, mas horas algumas precisamos.

No meio dessa zona toda que eu chamo de rotina, até a minha amada dieta esta indo pro beleleu, mas eu sei que ainda dará tempo de recuperá-la e entrar 2009 com um corpo daqueles, de fazer inveja a meio mundo... Sonho viu? Mas quem não sonha?

No fim e no fundo, esse texto ficou sem pé nem cabeça porem, foi à única maneira que encontrei de me desligar por cinco minutos do mundo, da universidade, dos meus afazeres para jogar as palavras no papel e vê no que iriam se transformar.

domingo, 19 de outubro de 2008

Boa noite.



Há algum tempo, para não falar desde o inicio do meu semestre na universidade, venho sentindo falta de uma coisa muito valiosa - dormir. Não, não é nenhum exagero e quem me conhece sabe o quanto sou hiper ativa e que tenho a doce mania de fazer varias coisas ao mesmo tempo. Já cheguei ao cumulo de marcar três compromissos num mesmo dia e dá conta perfeitamente dos três, atravessando metade da cidade de cada vez e com um simples detalhe: de ônibus.

Vendo uma reportagem na TV com a minha mãe, descobri que as pessoas que dormem mal têm mais chances de engordar. Essa poderia ser uma bela desculpa para a minha dieta não dá certo, ainda mais que a minha fome ataca muito depois das 14hs, porém, esse discurso não cola com ninguém e nem mesmo comigo.

Adoro acordar cedo, ir pra faculdade, depois fazer milhões de coisas na parte da tarde. Só que eu também amo tirar um cochilo na hora do almoço, ainda mais que o meu quarto tem bloqueador de claridade e fica escurinho o dia todo, mas antes de qualquer coisa, assim que ponho os pés em casa ligo o meu computador e se entro no MSN, pronto. A minha soneca foi por água a baixo, pois tem sempre um amigo puxando papo ou um assunto da universidade para ser resolvido com urgência. E as minhas olheiras vão indo.

Nem ter direito a ficar gripada estou tendo. Não há nada melhor do que ficar gripado e poder dormir o dia inteiro. Saudade dos velhos tempos da universidade em que a calma reinava na minha semana e que o motivo pra ficar dormindo a tarde toda era: não tenho nada pra estudar.
Estou rezando para entrar de férias e poder dormir uma semana seguida. OK, exagero, pois eu sei que não consigo, mas seria tão bom não ter hora pra acordar ou se não esquecer que o relógio existe...

Boa noite e um ótimo inicio de semana.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A Lista.

Recebi essa música em um e0mail enviado pelo meu avô Senhor Neraldo e em minha opinião, ela é uma excelente forma de reflexão.

Boa sexta-feira a todos.


A lista - Oswaldo Montenegro.

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você já desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Patinho feio.




Durante muitos anos foi assim. Eu olhava-me no espelho e não conseguia reconhecer nenhuma qualidade. O cabelo era sem graça e sem vida, as roupas, um tanto quanto largas, os sapatos, totalmente fora de moda, tendo em vista um pé muito grande para a minha altura, o rosto cheio de espinhas e para completar a tragédia grega instalada, os óculos que desde muito nova se fez presentes nos meus dias.

Sonhar com namoros. E nada ia muito além de poucos bilhetes trocados escondidos no recreio da escola e ainda por cima, com o garoto mais sem graça e sem sal da turminha de amigos. Olhava para as outras garotas e imaginava-me igual às elas, com os cabelos longos, lisos, bem penteados, aquele perfume que chamava a atenção. Sonho de uma garota que era considerada a ruim nos esportes, que sempre ficava por ultimo na escolha dos times na aula de Educação Física e que passava os intervalos comentando do seu fracasso em matemática, porém, era elogiada pelos belos textos e pelo poder de apresentar seminários em publico, como se ninguém estivesse presente. Era a dona da verdade, mas de minha própria verdade.

Os anos foram passando. Os primeiros amores começaram a surgir e com eles a vontade, a doce vontade de se arrumar, de se descobrir menina e mulher ao mesmo tempo, mas nem tudo seria flores, tendo em vista a enorme comissão de frente que eu carregava e que era motivo de gozações, que com o tempo começaram a ser levadas numa boa, sem estresse, mas que mesmo assim ainda fazia com que eu me escondesse e tivesse vergonha de andar com blusas decotadas, vestidos de alcinhas, roupinhas justas e claro, de colocar um biquíni para ir a um clube.

A guerra com a balança também era motivo de preocupação. Bastava uma extrapolada no fim de semana e pronto. O jeito era viver em nutricionistas, academias e formulas emagrecedoras rápidas. Enquanto as minhas amigas devoravam, sem culpa uma caixa de chocolate inteira, no meu caso, um simples bombom já era sinal de uma inflada na barriga e de mais uma espinha para a minha coleção.

Veio o peso bacana e acompanhado dele a tão sonhada e temida plástica. Prazeres que não tinha como, por exemplo, passar à tarde no shopping fazendo compras ou comprar um lingerie, começaram a entrar na minha rotina. Era enfim, a tão sonhada fase de me descobrir como mulher, de admirar os meus traços, de aceitar o meu cabelo e de fazer dos meus óculos um aliado ao novo estilo que começa a aflorar. Era o despertar da sensualidade, que muitas vezes foi esquecida, tanto em um canto do armário quanto nos braços alheios e no fim, no fim mesmo, a dança de salão completou toda essa transformação.

Tem dias que ainda me acho um patinho feio, que olho no espelho e fico indgnada com os pneuzinhos que teimam em não sumir, porém, quando isso ocorre, corro e vejo no calendário que nada mais é que a fase de TPM. Aí então, dou risada, relaxo e me entrego aos meus hormônios, pois o prazer de me sentir linda, sensual, desejada, admirada vêm dos céus e da vontade de fazer com que a cada dia desapareçam os traços de criança e deixe as marcas dos meus vinte e um anos se fazerem vivas. Marcas essas, descobertas após uma transformação de dentro pra fora.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Massa demais. Final.




Acordar foi a coisa mais difícil do domingo. Não sei por que, mas sempre tive a mania, a infeliz mania de querer abraçar o mundo com os braços, de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo e no final, ter vontade de jogar tudo pro ar, mesmo que eu esteja adorando os acontecimentos.

Chegamos por volta de 12h45minhs para o ultimo dia da maratona de zouk. As dores nas pernas estavam praticamente insuportáveis. Na verdade, eu sofri mais do que a Thaís, pois como ela já tinha participado de outra maratona de dança, foi bem mais tranqüilo participar dessa e enquanto eu? Sem comentários.

Das cinco aulas, consegui participar intensamente de três e numa boa, em minha opinião, foram as melhores de todo o congresso, tirando claro as que eu tive com o os professores da minha academia. As dinâmicas foram bem mais intensas e as dicas valiosíssimas. Dicas essas que serão postas em pratica nos próximos eventos de dança ou no meu compromisso quinzenal- bailinhos da CDMA.

Nos intervalos das aulas, pude confraternizar com pessoas de outros estados e um colega do Rio de Janeiro, já acostumado com o congresso, me disse que se eu tivesse aproveitado de três a cinco por cento de tudo o que foi ensinado, eu teria aprendido muito. É, parece que a meta foi atingida com êxito e isso é uma felicidade enorme, pois pra quem não tinha a menor noção de como se dançava zouk, sair de um evento desse porte sabendo fazer os passos básicos, as marcações, chicote e cambrê, com certeza é um mérito.

O último bailinho aconteceu no Hotel Nacional, lugar em que os participantes dos outros estados ficaram hospedados. Foi muito legal, pois a organização fez um Dia da Criança, com personagens infantis, pipoca, algodão-doce, um monte de bala, cama elástica e claro, muita dança. Também ocorreu a premiação do Oskar Zouk e a minha academia levou o premio de melhor apresentação com o professor Israel.

Ao fim de toda essa jornada, ainda dei uma passada rápida na CDMA para um bailinho básico em comemoração ao congresso. Maravilha. Além de dançar gafieira e zouk, me acabei no forró, afinal sempre digo que sou forrozeira de plantão. A Thaís estava mais morta do que eu e foi para casa, porém, antes da uma da manhã eu estava na minha cama, pronta para poder relaxar de verdade e me entregar a um gostoso sono.

As lições que eu pude tirar desse evento foi que sucesso só vem antes de trabalho no dicionário e que a palavra impossível, não faz mais parte do meu vocabulário. Eu vi que mesmo indo com a cara e a coragem, aprendi muito em todos esses dias, me descobri uma mulher sensual, que se entrega para a dança ou para qualquer outra coisa sem ter medo. Encaro essa experiência como uma viagem, pois em vários momentos tive a sensação de não estar na minha cidade e sim a Kms de distancia e esse sentimento é explicado pela pureza com que pude viver e reviver sem ter medo ou receio de acabar.

´´A dança é um prazer. ´´

Parabéns Professor.

Hoje é o dia do professor. Dia também para poder valorizar esse grande profissional, que mesmo ganhando pouco tem amor e paixão no que faz.
Parabéns a todos os professores. Sem vocês, a educação não teria nenhum valor.


É tão bonita a profissão do professor trabalha muito pra educar o filho da gente...
Educa o meu, educa o seu, educa o dele, educa o pobre, educa o rico, educa o doente, educa o grande, educa o pequeno, fica todo mundo mais inteligente.
É muito nobre a profissão do Educador, ele educa qualquer um sem distinção educa o feio, educa o lindo, educa o ruim, mas também educa o bom, educa o careca, educa o cabeludo, educa o cara lisa, educa o barbudo, educa o musculoso, também educa o fraquinho, educa quem é magro, também educa o gordinho, esse professor educa todos com carinho!
Educa quem trabalha, também educa o folgado, educa quem tem grana, educa o apertado, educa o conformado, educa o aventureiro, educa o perfumado, educa o que não tem cheiro.
Viva o professor do mundo inteiro! Vivaaa! Os professores que educam os filhos de todo mundo têm muito valor, mas o que educa o meu não tem dinheiro que pague...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Massa demais. Parte 2.



Sábado, 9 horas da manhã. Depois de ter dormido pouco mais de 3 horas me ponho novamente a dançar. Passos novos, revisão dos vistos na sexta feira, a turma cada vez mais lotada, o dia mais quente e as dores acentuadas. Parece que a minha sapatilha criou vida própria. Ela simplesmente me leva e eu a obedeço. Perdi o controle dos meus movimentos, pois eles agora pertencem a todas as aulas, alongamentos e dinâmicas e mesmo assim, estou sempre sorrindo, sorriso esse que ao longo do tempo foi apagado ou esquecido em alguma fotografia.

Engraçado, mas apesar do ritmo ser o mesmo, cada professor que entrava na sauna (apelido carinhoso da sala 2) dava uma coreografia diferente e um jeito novo de fazer a contagem da marcação. O professor Mirra, de São Paulo, por exemplo, começa a marcar no um, enquanto o restante dos professores dava a dica de que a marcação mais fácil era no três. Nossa, bitolei muito, já estou até dando dicas de como se dança zouk.

Uma das coisas que mais me intrigou foi o fato de algumas vezes, faltar espaço para dançar, porém, um professor que vale a pena ser apresentado, disse para a Thaís que nem sempre você terá espaço para dançar e a regra é encontrar um cantinho e desenvolver a seqüência com as passadas mais curtas. Esse professor é o Luciano. Assim como o Júlio, também dá aula no local onde faço aula. Ele é novinho e super gente boa e dança um samba de gafieira como poucos.

Voltando o assunto das aulas. Pela manha, o rimo até que foi bastante tranqüilo, mas bastou passar à hora do almoço, àquela hora em que todo mundo sente sono para o cansaço bater com força e as dores começarem a se acentuar ao ponto que nem os alongamentos estavam adiantando mais. Entre uma aula e outra, o engraçado era conhecer pessoas novas e ir da uma espiada nas outras aulas e se imaginar dançando certinho e conseguindo desenvolver tudo o que os professores passam. Congresso do ano que vem esse feito será conseguido.

À noite, foi a vez do segundo baile. Quando chegamos ao local, vimos à magia que estava no ar. Malabaristas, tochas de fogo para iluminar o caminho e uma enorme tenda que lembrava um circo, montada em um espaço grande e super bacana para se dançar. A noite foi realmente mágica ainda mais depois de ter visto a minha evolução e a evolução da Thais. Para quem chegou com a cara e a coragem, nos realmente estávamos mandando muito bem, ao ponto de sermos elogiadas por vários cavalheiros que dançaram conosco.

A magia estava explicita no nosso olhar, no nosso jeito de conversar e até no modo como encaramos uma madrugada fria. Sempre com bom humor e disposição, pois a proposta era encarar qualquer coisa que viesse independente de ser boa ou ruim e o nosso objetivo estava sendo cumprido. Ora dançando como duas frenéticas, ora paquerando os poucos gatinhos presentes, ora ficando próximas dos nossos professores e ora colocando apelido em todo mundo e nos passos. Nada passa despercebido aos nossos olhos.

Chegamos em casa 07h30minhs da matina, cansadas, arrebentas, com olheiras enormes, mas rindo que nem duas crianças e fofocando horrores. Parece que quanto mais a gente fica junto mais assunto temos e a leveza dos nossos encontros é que faz toda a diferença. Leveza essa que deveria ser vivida 24 horas por dia, 365 dias por ano e nos descobrimos como alcançar esse estado de graça, dançando, dançando muito, pois assim, nos permitimos sermos felizes até que a madrugada termine e um novo dia se inicie nos brindado com surpreendentes raios de sol que nada mais são do que um presente de Deus para abençoar a nossa felicidade.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Massa demais. Parte 1.

Nos dias 10, 11 e 12, tive o prazer de participar do Terceiro Congresso Internacional de Zouk em Brasília. De hoje até quarta - feira contarei como foi ter encarado uma jornada longa e cansativa de aulas mas que foram maravilhosas.



Com a cara e a coragem. Essa é a frase que melhor resume uma aventura que eu tive nesse final de semana. Na verdade, depois da confirmação que eu não iria viajar, comecei a pensar no que eu ia fazer no meu longo final de semana e as opções que me apareceram, não foram nem um pouco atraentes. Pois bem, quando eu tinha a mais absoluta da certeza do fracasso que eu viria a ter, surgiu a oportunidade de fazer um congresso internacional de zouk. Logo eu que não nunca tive excitação por essa dança me arriscar numa empreitada dessa? Loucura.

Minha amiga Thais, que já estava inscrita há vários meses me pilhou para participar, jogando todos os aguamentos possíveis e imagináveis e o resultado foi que resolvi encarar e matar a curiosidade, pois de congresso, eu só entendo os de Movimento Estudantil.

Na chegada, me deparei com uma surpresa maravilhosa: uma aula de samba de gafieira com o professor Júlio Cezar. Pra quem não o conhece, faço questão de apresentá-lo. Júlio é meu professor de dança de salão. Um cara farrista, beberrão, mas que dança como ninguém e principalmente tem amor no que faz. Passadas as apresentações, quando vi que eu poderia fazer uma aula dele, me senti em casa e preparada para encarar esse novo desafio afinal é muito melhor começar uma aventura por onde a gente tem alguma noção.

Ao longo da sexta feira, fui vendo outras caras conhecidas e pensei que já tinha valido á pena estar ali, por mais que eu não aprendesse nada de zouk porem, com o caminhar das aulas fui percebendo que não era tão difícil assim e as novas amizades feitas, ajudavam a superar os primeiros erros e claro, as primeiras dores nas pernas.

Na primeira festa, o meu desempenho foi vergonhoso, para não falar um desastre, mas a diversão estava tão boa que resolvi aproveitar tudo, tudo mesmo, pois só assim, no final da maratona tiraria as minhas conclusões......

Quando esse primeiro dia terminou, ao repousar na minha cama, lembrei-me que ainda teria mais dois dias para dançar, aprender passos novos, evoluir, paquerar, ser feliz, fazer novos amigos, rir muito, sair da minha dieta e agradecer por ter a oportunidade de estar em um novo momento, num novo lugar, como novas pessoas, mesmo que em principio, minha vontade inicial era de estar a 900 km sendo feliz de outra maneira.



sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sexta - feira.

Excelente sexta-feira.


Foi numa sexta feira que vi todos os meus sonhos ire m por água a baixo. Na verdade, foi numa madrugada fria e só que o fato aconteceu. Naquele dia sofri como nunca por ter jurado a mim mesma amor e fidelidade eterna, mesmo que nada disso tenha sido cobrado ou exigido, mas fiz, pois há muito tempo não me sentia tão feliz nos braços de outra pessoa como estava me sentindo naquele período, um período curto, mas certamente um dos mais intensos de toda a minha existência.

Naquela sexta feira implorei por amor, me rastejei aos pés do ser adorado, me humilhei em busca de migalhas de sentimento. Naquela sexta feira não dormi abraçada a ele, na verdade, eu mal dormi e se o fiz foi porque encontrei refugio nos braços de amigos, que compraram a minha dor como se fosse a deles e respeitaram o meu desespero em silêncio.

Nessa mesma sexta feira, senti vontade de abandonar tudo e voltar para a minha casa, para a companhia dos meus verdadeiros amigos e também briguei com Deus por tamanha injustiça. Em pensar que numa sexta feira antes, vi os meus projetos de viajar quase indo pelo ralo, mas mesmo assim persisti e não dei ouvidos as mazelas. Eu necessitava ter o reencontro, o gosto do beijo ainda guardado no tempo em que ficamos longe, do falar manso em meus ouvidos, do ser colocada como a mulher mais bela e mais especial. Só não imagina que realmente isso iria acontecer como aconteceu, mas em outro dia de semana, depois de uma sexta feira dolorida e que desejava ser esquecida, mas não foi.

Já vivi muitas sextas feiras especiais, principalmente na minha vida de militante. Como era bom ir para um congresso do Movimento Estudantil, chegar à quinta feira, curti-la e quando acordasse na sexta feira, saberia que só estaria no segundo dia do encontro, ainda tendo um belo final de semana pela frente, para defender as minhas idéias, lutar pelo o que eu acreditava e claro, curtir os camaradas de jornada e de militância. Presente para uma sexta.

Mas essa sexta ficou sendo a pior desse ano. Aquele dia da semana que sempre trará um resquício de dor e de sofrimento. Foi também numa sexta feira, essa agora mais recente, que ao ligar para uma conhecida, senti que as burradas dessa outra sexta, se refletiram em muitas andanças, três meses depois do ocorrido e que não poderia tão cedo reviver outras sextas naquela cidade, com seus amores, seus encantos, como foi à primeira sexta em que acordei nesse cantinho sagrado ou com suas dores, suas lagrimas, seus desafetos, lembranças e reflexos daquela que desejei ser a ultima sexta feira do ano.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vozes......




Hoje, ao ligar para um conhecido, acabei me assustando um pouco com a sua voz. Na verdade, ela não é feia, mas sim muito parecida com a de um amigo que como tantos outros, se perderam no tempo. Aquela coincidência pra mim foi um susto, ainda mais por saber e lembrar a todo instante que somos comparados com outras pessoas.

Eu tenho fama de ser a ovelha negra da minha família. Engraçado isso... muitas vezes me culpei por esse acontecido porém, depois de alguns choros e revoltas, descobri que é bom ser assim, ser colocada dessa maneira, significa que eu incomodo e que sou original.

Quando eu criança, nos idos de 1994, minha mãe fazia de tudo para eu ser uma menina meiguinha, que gostasse de rosa, que fizesse balé, que só brincasse de boneca e que tivesse longos cabelos claros e como eu era? Simples: adorava jogar futebol, brincar de taco, fazia aula de basquete, tinha o cabelo curtinho e as minhas bonecas só tinham algum espaço no meu dia depois que eu já tivesse cansada de tanto brincar no parquinho.

Tem horas que penso que aquele personagem Do Contra das histórias em quadrinhos, foi feito pra mim. Explico. Quando eu tinha 11 anos, entrei para a igreja e fiz primeira comunhão. Aos 17 anos, depois de ter feito todo e qualquer encontro imaginável, enchi o saco e abandonei. Até os 16, eu sonhava em ser jornalista e hoje sou estudante de Biomedicina. Minha família detesta política e eu sou militante do Movimento Estudantil. Aos 15 anos, para aumentar a minha mesada, fazia brigadeiro e vendia na escola e hoje dou aulas particulares para sobreviver. Nunca fui de parar em nenhuma escola e até de faculdade eu mudei. Ufa e isso é só o começo.

Calma lá. Não sou assim para fazer pose ou ser tachada de ´´rebelde sem causa. ´´ Eu simplesmente gosto de inovar, de mudar, de ser diferente. Porque não? Odeio gente que faz coisas bem piores do que eu por debaixo dos panos e na frente da família ou da sociedade se faz de santo. Não é porque eu já pintei o meu cabelo de loiro com as pontas verdes e tenho vários furos de piercings que sou melhor ou pior do que ninguém. E a minha mãe é uma santa. Essa vai pro céu sem escalas.

Escrevi isso para mostrar que em aparências, vozes, jeitos e gestos, varias pessoas são parecidas, mas que por dentro, cada um é cada um. Seria tão bom e tão lindo se a sociedade parasse com essa história de estereótipos. Sendo você gordo ou magro alto ou baixo, narigudo ou sem nariz, banguela ou de aparelho, rico ou pobre, universitário ou secundarista, concursado ou terceirizado, com tatuagens ou sem, enfim, não importa a carne, o por fora, o que importa mesmo é a vontade de ser do seu jeito, de ter a sua cara, pois isso ninguém tira.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Eu.....?!!!!!!!

Estou em um processo de despedidas, em um momento de romper com as amarras, com laços que ainda me prendem e que já passou da hora de serem rompidos. Essa poesia foi achada por uma amiga em uma dessas comunidades bestas do orkut porém, como ela diz muito sobre o que estou passando, resolvi colocá-la no blog.



...Eu não vou te olhar nos olhos.Tenho medo, eles podem revelar o meu segredo.Eu pensava estar curado.Foi engano, tudo errado.Pois bastou te ver de novo.Pra eu não resistir.Vou finjir "num" esforço sobre humano.Que faz tempo eu te esqueci.E não te amo!Vou levar essa mentira até o fim...Até não restar em mim.Nenhum traço desse amor.Eu não posso me entregar a tentação.Que ao meu pobre coração trouxe tanto "dissabor".Eu vou te jurar que não há mais sentimento.Se preciso for invento que tem outro(a)em minha vida.Eu vou te dizer que não és mais meu(a)amado(a).Mas que não me oponho em nada se quiser ser meu(a)amiga(o).É melhor te evitar, reprimir o meu desejo.Um adeus, nada mais sem o gosto do seu beijo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

12345MIL e viva o Partido Comunista do Brasil.






Hoje o blog Com o Pensamento Se vai Longe vai falar um pouco sobre as eleições que ocorreram em todo Brasil.


Todos sabemos a situação vergonhosa que anda o nosso país, como falcatruas, roubalheira,políticos achando que a política e profissão, o poder subindo a cabeça, enfim....


Não é facíl administrar uma cidade,estado ou município como também não é nada facíl escolher com dignidade os nossos governantes.


Boa parte das pessoas que eu ando sabem que faço parte de um partido político, O PCdoB, que nada mais é que o partido mais antigo do Brasil. Um partido que sofreu dura repressão na época da ditadura, que teve militantes assassinados, que teve que esconder sua face para não morrer, mas sobreviveu, como ainda sobrevive. Lutamos nas Diretas Já, conseguimos implantar o Voto aos 16 anos, construimos a maior juventude organizada do Brasil, a UJS que actualmente conta com mais 100 mil filiados, tendo núcleos organizados em todos os estados. Estávamos a frente da Campanha O Petróleo é Nosso, demos uma cara diferente para a esquerda do nosso país e claro, contribuímos para o seu crescimento.


Mas não é por causa disso que eu resolvi me filiar e militar nesse partido. Quando eu decidi que era hora de levantar uma bandeira e abraçar uma causa, eu sabia que deveria ser uma causa justa e honesta e dentro do meu partido, encontrei o que procurava e principalmente, me encontrei.
Nessas eleições, o PCdoB mostrou novamente a sua cara, tanto em chapas próprias quanto em coligações e o resultado disso? Crescemos, nos superamos e mostramos que o socialismo existe SIM e que virá para mudar toda uma história, história que já foi vitoriosa.
Obrigada PCdoB por ser audacioso, combatente e diferente. Nos fizemos a diferença nesse processo eleitoral todo e agora todo mundo sabe da nossa força,garra e poder.

domingo, 5 de outubro de 2008

Despedidas.




Estava lendo o blog Dois em Xeque e o assunto de hoje me marcou muito, pois falava do Adeus do Gustavo que agora esta morando em Portugal. Pode parecer coincidência, não sei, mas nessa semana conversei com um amigo justamente sobre essa questão de se despedir, de romper certos laços e amarras para poder ser feliz. Engraçado, mas muitas vezes quando pensamos em despedidas, lembramos de algo triste, sofrido, cheio de lágrimas e dor. A situação não é bem assim.

Em algum outro texto publicado aqui no blog, eu tinha falado sobre a questão de libertar as amarras, de se soltar, porém, naquele momento não consegui relacionar esse tema com despedidas, sendo que um em alguns estágios da vida, não sobrevive sem o outro.

Já ouvi muitas vezes que era necessário eu mudar a minha conduta, passar a ser uma pessoa mais discreta só que nesse meio tempo, vi muitas mascaras caírem e cheguei a uma conclusão: prefiro ser autentica e transparente a ser uma pessoa cheia de não me toques. Acho que não seria feliz sendo assim. Quando estou feliz ou triste, estressada ou relaxada, de bom ou mau humor, é fácil reconhecer e enxergar. No fundo, esse meu jeito é que leva a cometer certas loucuras e a buscar aquilo que acredito ou até mesmo a me despedir do que me faz mal.

Sou um ser humano acostumado com as perdas. A primeira, foi ao cinco anos, quando o noivo da minha mãe, ao qual eu tinha como um pai se foi de maneira brusca em um acidente de carro. De lá pra ca, esse sentimento tornou-se constante sendo algumas vezes até normal. O ser humano foi criado para se adaptar em várias situações e comigo não é diferente.

Eu vivia tapando o sol com a peneira e não querendo enxergar as coisas. Não foram as vezes que necessitei dá a volta por cima, assumir as rédeas da minha vida e simplesmente não a fiz. Ora por comodismo, ora por medo ou receio de mudar e ficava indo, indo, indo sem ter um rumo a seguir e nesse ir, perdi noites de sono, me senti abandonada, desprezada por mim mesmo e no fim, não tinha coragem de dizer Adeus.

A conversa que eu tive com um amigo, citado anteriormente, me fez pensar nesse ano de 2008 inteiro, principalmente no meu lado amoroso. Tem uma pessoa que é importante pra mim e quando estamos longe, ela me faz bem e quando estamos perto, me faz uma mau incalculável. Não, esse teorema não foi meu, foi desse amigo que enxergou muito além do que eu queria vê e me abriu os olhos para o que eu não estava conseguindo enxergar, me dando duas opções: ou eu continuava a sofrer ou me despedia desse sentimento que me acorrenta e por mais que me doa, resolvi dizer tchau, adeus, by, até logo, até breve... Resolvi ser mais eu e pronto.

Não que eu vá radicalizar e bloquear o contato no MSN, excluir telefone ou simplesmente esquecer que ele existe. Meu radicalismo nunca me levou a lugar nenhum, porém, eu tenho que começar a enxergar os fatos e as coisas como elas são parar de viver no mundo da Cinderela. Príncipes e princesas não existem mais. O que existem são pessoas normais, com tudo o que há de melhor e de pior em um ser.

Despedidas nunca são boas, pois sempre deixaram um vazio no lugar daquele que se foi, mas é muito melhor conseguir se desvencilhar de algo ou alguém do que sofrer a vida inteira. Sofremos por causa de outras pessoas, mas esse sofrimento só nos acompanha se permitimos e tudo o que é feito em nossas vidas é só com o nosso consentimento. Se eu não tivesse viajado, amado, chorado, feito varias ligações, eu não teria sofrido, mas também não teria sido feliz como fui como também não teria criado forças, depois de um dia de dor, claro, para romper amarras, dizer um até logo e quem sabe, ser feliz de outra maneira.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ainda.

Essa poesia eu fiz recentemente e quem sabe do que eu vivi para escreve-la, entenderá as minhas palavras.


Ainda vejo você
Sinto tua presença
Tua ausência
Teu modo de pensar.

Não nos falamos tanto
A rotina é cansada
A vida agitada
A madruga uma adolescente
Amizade é o que a gente sente.

Será uma loucura
Admirar quem um dia desprezou?
E uma nova entrega?
Entrega esquecida
Que não tem desejo
Que morreu na última transa
No último beijo.

O medo persiste
Insiste em me atormentar
Não sei qual será a reação
Se me abraçara com razão
Se pediremos perdão
Ou até se iremos nos encontrar.

Pensei que depois de um tempo
Cairia no esquecimento
Cairia na rotina
Vejo que tenho uma sina
Lembrar de quem esta distante
Penso em deixar de ser militante.

Nunca pensei em te conhecer
Mas veio e assim se foi
Estamos no meio de uma cordialidade
De uma admiração sem desejos ou vontades
Pode parecer loucura
Mas não foi uma aventura
Foi uma imagem que sempre perdurara
E aí? Poderei te abraçar?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Saudades eternas.




Hoje me deu uma vontade de separar as minhas coisas, arrumar as malas, embalar os livros, enfim, me deu uma vontade enorme de seguir viagem para um destino certo e incerto, minha doce Montes Claros.

Nesses meses de campanha eu me peguei, em vários momentos, pensando como seria bom se eu estivesse no meio da bagunça, andando de jeans, tênis e camiseta o dia inteiro, panfletando em cada esquina, participando dos bandeirados, das carreatas, das passeatas, não tendo horário para absolutamente nada e no fim do dia, sentar em um dos vários bares e tomar aquela boa cachaça só pra relaxar.

Eu até havia prometido ir nesse mês para ajudar porem, algumas promessas foram feitas para não serem cumpridas e a vida, sem querer levou o meu barco para um rumo não programado, o rumo da dedicação quase que integral aos meus estudos. Meu lado militante ficou um pouco esquecido, mas sei que são fases e que toda fase tem o seu momento de duração.

O que mais me dói, é não poder abraçar, conversar, beijar e fofocar com alguns amigos queridos que deixei. Uns, continuam presentes e outros, como é o normal, acabaram se afastando um pouco. Até amizades de longa data estremecem um pouco com a distancia imagina então, amizades recém construídas porem, sei que o desejo do reencontro continua vivo dentro de mim e daqueles que fizeram a diferença e que me acolheram com tanto carinho, mostrando um pedaçinho de Minas antes desconhecido e hoje adorado como se fosse a minha segunda casa.

Quando vejo que não posso prever o futuro, vejo também que sou impotente diante de certas situações. Como eu gostaria de ser um pouco mais irresponsável e me entregar nas 11 horas que me separam de tantas alegrias. Ás vezes chego a sonhar com os momentos já vividos e a flutuar em outros que eu poderia viver.

Amigos: perdão por essa vida LOUCA, por não poder jogar tudo para o alto e militar ao lado de vocês, por não poder lançar o meu livro nessa cidade, por não poder cumprir com a minha palavra. A dor que sinto é enorme, mas sei que um dia o reencontro acontecera sempre comemorado e desejado, como os dias perfeitos que pude passar ao lado de todos.

SAUDADES ETERNAS.


´´De poucas certezas e muitas dúvias se faz a vida. De pesada bagagem e leve descanço se fazem as viagens. E mesmo assim teimamos, vivemos,viajamos, desejando sentir não apenas a excitação da partida e a alegria da volta, mas querendo guardar na alma certos tesouros: as fotografias das belas paisagens, as lições aprendidas diariamente, o calor das mãos dos companheiros de jornada. Pois essas são as lembranças que levaremos para sempre. Quentes, suaves, leves, as únicas que nos aqueceram nos dias frios.´´

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sem explicação.





Hoje me veio novamente a sua imagem. Estava distraída, conversando com um grupo de colegas da universidade, quando passou um rapaz muito parecido com você. Meus olhos encheram de lagrimas, a dor foi inevitável. Ainda não me acostumei com a sua ausência. Você foi e sei que jamais voltara.

Quando sou obrigada a ir ao banco ou a passar por todos aqueles lugares, sinto uma sensação estranha no ar. Sexta fui obrigada a passar pela galeria e me veio novamente a sua imagem. Eu estava só e não tive pra quem correr. A minha dor, ficou esmagada dentro do peito e assim, me pus a andar com uma só pergunta: por quê?

Será que se tivesse se aberto, as coisas seriam diferentes? Será que se tivesse gritado ao mundo que não estava bem, teria não cometido esse crime? Por quê? Por quê??????? Infelizmente essa pergunta não tem resposta porem, sete meses depois da sua morte, eu ainda procuro uma resposta.

É fato que não fomos amigos muito tempo, mas pra mim, o que conta é a intensidade. Hoje, depois que o choque passou, eu daria tudo pra ter novamente o teu sorriso, pra te vê vestido de terno, serio no banco ou pra te vê com uma latinha na mão........Lembranças eternas.

Eu nunca o achei bonito. Na verdade, era até meio sem jeito, mas você tinha seu charme, seu encanto, sua magia. Em pensar que no dia em que nos conhecemos, eu estava no meu segundo grau e sonhava em entrar pra faculdade. Agora, estou quase terminando o curso e não poderei mostrar o meu diploma a você................ Dói.

Sabe, desde a sua ida, eu fiz questão de enterrar as pessoas que nos rondavam. Elas são a representação máxima de toda a dor que sinto. Sei que deveria ser diferente, mas você poderia ter feito isso ser diferente. Obrigada por ter me feito chorar.

O ano esta acabando e só tenho a agradecer a Deus pelas boas coisas vividas, mas sei que nada foi perfeito e se eu pudesse pedir algo a Ele, pediria a tua presença de volta. Presença essa, que alegria varias vidas e apagaria muitas dores.